Domingo, 08 de junho de 2025

Punido pelo Conselho Nacional de Justiça, juiz cassado no Rio enfrenta resistência da OAB para restabelecer registro como advogado

Após ser condenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em três processos disciplinares, o ex-juiz federal da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, foi aposentado compulsoriamente. Agora, ele enfrenta dificuldades para retomar sua carreira como advogado. A aposentadoria compulsória, uma das punições mais severas previstas para magistrados, encerrou oficialmente sua atuação na magistratura, mas não encerrou os desdobramentos de sua trajetória polêmica.

Segundo interlocutores ouvidos pelo jornal O Globo, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem sinalizado que irá negar o pedido de restabelecimento de seu registro profissional, o que impediria Bretas de voltar a advogar.

Diante desse cenário, caso deseje de fato retornar ao exercício da advocacia, Marcelo Bretas poderá ter que judicializar o caso. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal Correio da Manhã.

Como antecipou o colunista Ancelmo Gois, d’O Globo, a seccional da OAB do Rio de Janeiro enviou um ofício à entidade nacional solicitando a inclusão do nome de Bretas no Cadastro de Violadores de Prerrogativas da Advocacia. Essa medida, ainda que simbólica, representa uma sinalização clara de rejeição ao retorno do ex-juiz ao exercício da profissão, tornando-o, na prática, uma persona non grata no meio jurídico.

Vale lembrar que a própria OAB foi autora de uma das representações que originaram os processos disciplinares contra o ex-magistrado. A entidade, inclusive, comemorou publicamente a decisão do CNJ que resultou em sua aposentadoria compulsória.

“Recebemos com respeito e atenção a decisão unânime do CNJ, que reforça a importância da atuação vigilante das instituições no combate aos abusos de autoridade e em defesa das garantias fundamentais. A Ordem reafirma seu compromisso com a defesa do Estado Democrático de Direito, da ética na magistratura e do respeito às prerrogativas profissionais dos advogados”, afirmou a presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio.

A representação feita pela OAB teve como base práticas consideradas inadequadas para magistrados, como coaching jurídico e oferecimento de tutoria, ambas vedadas expressamente pela legislação. Bretas também foi acusado de outras condutas, incluindo suposta interferência nas eleições estaduais de 2018 e abuso de poder na condução da Operação Lava-Jato no Rio.

Mesmo com a punição, Marcelo Bretas continuará recebendo aposentadoria proporcional ao tempo de serviço. A decisão do CNJ é de aplicação imediata, embora ainda possa ser questionada por meio de recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). (Com informações do jornal O Globo)

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