Terça-feira, 14 de outubro de 2025

Quando os bons se calam, os maus tomam conta

Parece um simples jargão, mas dentro dela há um mundo de verdades incômodas e cada vez mais latentes.

Vivemos em uma época em que os “bons”, pelo menos em meu entendimento, aqueles que têm princípios, valores e discernimento, muitas vezes escolhem o silêncio diante de tantas injustiças.

Não porque concordem com o que veem, mas porque estão cansados, desanimados ou, simplesmente, descrentes de que suas vozes possam fazer alguma diferença na atual conjuntura.

Enquanto isso, os maus não hesitam. Falam alto, agem rápido e ocupam os espaços deixados vagos nos corações e mentes dos incautos. Transformam o absurdo em normalidade, o errado em aceitável, e o silêncio dos justos em terreno fértil para o caos e a injustiça.

No fundo, não é o mal que está vencendo, é o bem que se vê recuando. Quantas vezes já assistimos a injustiças gritantes acontecerem diante de olhares calados?

Quantas vezes deixamos de nos posicionar para “evitar confusão”, “não comprar briga” ou “porque ninguém vai ouvir mesmo”?

E assim, pouco a pouco, abrimos mão do nosso papel de guardiões morais da sociedade. Quando e onde foi que isso aconteceu? Ser bom não é ser passivo. Ser bom é agir mesmo quando é difícil, mesmo quando é solitário. Coragem não é a ausência de medo, é agir apesar dele…

A história está cheia de exemplos de pessoas comuns que mudaram destinos inteiros porque decidiram não se calar. Nem sempre venceram no primeiro embate, mas deixaram marcas, abriram caminhos e inspiraram outros a erguer a voz.

No mundo de hoje, agir pelo bem não significa necessariamente grandes gestos heroicos. Basta preservar seus valores morais e manter o senso de justiça equilibrado.

Lembre-se: não agir diante de uma injustiça significa compactuar com ela. Acorde! Às vezes, é preciso defender alguém injustiçado, recusar-se a aceitar passivamente as mentiras, não rir de uma crueldade travestida de piada ou simplesmente dizer “isso não está certo” quando todos fingem não ver.

É da natureza do homem proteger não apenas a si próprio, mas também o seu semelhante. O que aconteceu com o nosso instinto mais básico?

Silenciar pode parecer mais cômodo, mas é nesse conforto que o mal floresce. E quando, finalmente, decidimos reagir, muitas vezes já estamos cercados por uma realidade moldada por aqueles que nunca hesitaram em avançar, porque permitimos.

Porque até então “não era com você”. E, aos poucos, viu sua liberdade e valores serem cerceados… e se calou. Então, a pergunta que fica é: o que você faz quando vê o mal agir?

A resposta pode parecer pequena, mas é no som de muitas vozes firmes que nascem as grandes mudanças. Talvez hoje você não possa mudar o destino do seu bairro, da sua cidade ou do País. Mas já pensou que, ao voltar a respeitar seus próprios princípios e agir de acordo com seus valores morais e senso de justiça, você pode contagiar outras pessoas e transformar o mundo à sua volta?

Talvez seja isso que o sistema mais tema, por isso tentam mudar seus valores e conceitos através da manipulação da mídia, filmes, novelas e até mesmo das opiniões daqueles artistas ou personalidades que um dia você admirou…

Jamais encare essa frase como um jargão. Lembre-se sempre de sua profundidade: “Porque quando os bons falam… o mal recua”.

* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho

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