Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de abril de 2022
Um estudo feito em Israel e publicado no “New England Journal of Medicine” apontou que a quarta dose da vacina da Pfizer reduziu as taxas de covid entre os idosos, porém a proteção contra a infecção teve curta duração.
Esse levantamento foi feito com base no banco de dados do Ministério da Saúde de Israel entre os dias 10 de janeiro e 2 de março – período em que a variante ômicron prevaleceu nesses casos. Mais de 1,3 milhão de pessoas acima dos 60 anos tiveram seus dados analisados.
Segundo os pesquisadores, a nova dose de reforço só foi capaz de proteger contra infecções em um período de até quatro semanas, diminuindo sua eficácia logo em seguida. A proteção contra os sintomas graves seguiu em níveis altos durante seis semanas após a aplicação.
Pós-Coronavac
A dose de reforço da vacina da Pfizer em pessoas que receberam duas doses da Coronavac conferiu uma proteção de 56% para casos leves de covid no período de 8 a 59 dias após essa imunização com o esquema heterólogo, ou seja, diferente. Já o reforço homólogo (com a mesma vacina) demonstrou uma efetividade de apenas 15%.
Esses são dados de um novo estudo divulgado esta semana pela Fiocruz. A pesquisa, que ainda não foi revisada por pares, avaliou o ganho de proteção que a terceira dose forneceu a adultos no Brasil que completaram o esquema vacinal com duas doses da Coronavac.
Segundo a análise, no período de chegada e predominância da variante ômicron por aqui, entre dezembro do ano passado até metade de março, duas doses de Coronavac oferecem uma proteção de 8,1% contra covid sintomática e de 57% contra desfechos graves da doença.
Já com uma terceira dose da mesma vacina, a eficácia contra a covid sintomática foi de 15% nesse período e, contra a covid grave, de 71,3%.
Por outro lado, um reforço com a Pfizer resultou num aumento substancial na proteção contra hospitalização ou morte, elevando a proteção para cerca de 86% em menos de 60 dias.
Remédio
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última semana, o uso emergencial do medicamento Paxlovid para covid.
A agência recebeu o pedido de uso do antiviral fabricado pela Pfizer no dia 15 de fevereiro mas somente agora a decisão de liberação foi tomada, durante reunião da Diretoria Colegiada do órgão.
Diversos órgãos de saúde internacionais já haviam aprovado o uso do medicamento desde o ano passado, como a FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, e as agências regulatórias do Reino Unido e da União Europeia.
Segundo especialistas, a incorporação de medicamentos de ponta contra a covid no sistema público de saúde, como esse da Pfizer, é importante porque esses remédios possuem uma alta eficácia em prevenir hospitalizações pela doença e são “um elemento fundamental”, junto com as vacinas, na redução da morbimortalidade pela covid.