Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de maio de 2025
Na noite dessa terça-feira (13), 28 escorpiões amarelos foram coletados em ação coordenada pelo Núcleo de Fiscalização Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde em parte do Centro de Porto Alegre. Foram abertas 34 caixas secas e tampas de esgoto em trechos de ruas do entorno da Praça Dom Feliciano por profissionais do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE).
Esta foi a sexta ação noturna na região neste ano, com 216 capturas realizadas. O Centro é o bairro com maior número de capturas e de visualizações do animal. Dois dos três acidentes – quando há picada em ser humano ou animal – notificados à Vigilância Ambiental foram na região. O outro, no bairro Mário Quintana.
O escorpião amarelo tem um veneno muito tóxico. A vítima pode morrer em poucas horas. A picada é dolorosa, provoca dor intensa no local afetado, e o veneno se espalha por todo o corpo. O risco de complicações é maior em crianças e pessoas idosas ou com comorbidades.
Em caso de picada, a pessoa deve ser encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). O HPS é o único local de Porto Alegre com o soro antiescorpiônico.
A biologia dos escorpiões amarelos tem uma peculiaridade: existem apenas fêmeas na espécie. As fêmeas vivem em média quatro anos e se reproduzem pelo processo chamado partenogênese (sistema de reprodução em que as fêmeas produzem descendentes sem que haja a intervenção de machos). A reprodução ocorre, em média, duas vezes por ano, dando origem a 20 filhotes por vez, chegando a 160 filhotes durante a vida.
Em 2024 foram notificados à Vigilância Ambiental quatro acidentes com vítimas humanas. Os bairros são Mário Quintana, Centro, Partenon e São Geraldo. Um cachorro foi picado no Centro Histórico.
Em 2022, foram 475 capturas ou visualizações e seis acidentes. Os animais foram vistos ou coletados nos bairros Centro Histórico, Santa Teresa, Mário Quintana, Menino Deus, Passo da Areia e Anchieta. Em 2023, foram registradas 585 capturas/visualizações e sete acidentes. Em 2024, os números foram menores. Houve 399 capturas/visualizações e quatro acidentes com vítimas humanas e um com animal.
O primeiro registro de visualização do escorpião amarelo em Porto Alegre é de 2001. Desde 2016 a Diretoria de Vigilância em Saúde monitora a situação epidemiológica e ambiental na cidade. Ele não é um animal nativo de Porto Alegre e foi introduzido na cidade. De acordo com os registros da Vigilância Ambiental, a possibilidade mais concreta é de que o animal tenha vindo em caminhões com cargas de hortaliças trazidas da região Sudeste para a Ceasa.
Os escorpiões amarelos se alimentam de baratas, por isso é importante manter a limpeza em residências, comércios e vias visando à diminuição da população do animal.
Cuidados
– Verifique calçados, roupas, toalha e roupas de cama antes de usá-los;
– Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha;
– Mantenha camas e berços afastados da parede;
– Evite que lençóis toquem no chão;
– Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões;
– Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques;
– Mantenha os ambientes sem entulhos e sem lixo;
– Em comércios, verifique bem o local antes de retirar um produto, especialmente nas prateleiras mais baixas, como as gôndolas de supermercados.
– Em caso de visualização, a recomendação é fazer contato pelo serviço 156 (telefone, APP 156+POA ou meio eletrônico, no endereço 156web.procempa.com.br. É importante que o requerente informe o local exato da ocorrência e meio de contato.