Sábado, 06 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de setembro de 2025
O Rio Grande do Sul vem registrando redução contínua nos índices de furto de gado e de insumos agrícolas. Nos primeiros sete meses de 2025, os casos de abigeato caíram 10% em comparação ao mesmo período do ano passado, passando de 1.974 para 1.785 ocorrências.
A tendência de queda já vinha sendo observada em anos anteriores. Em 2024, houve retração de 21% em relação a 2023. Naquele ano, a redução havia sido de 15% frente a 2022, que, por sua vez, registrara queda de 10% em comparação a 2021. Os dados são do Observatório Estadual de Segurança Pública.
Investimento em segurança rural
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) atribui os resultados à integração entre órgãos de segurança e à ampliação da estrutura voltada ao combate de crimes no campo. Brigada Militar e Polícia Civil têm expandido o atendimento aos produtores por meio das Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrabs) e da Delegacia Online do Agro (Agrodol).
Segundo o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, a queda dos indicadores reforça a sensação de segurança entre os produtores. “Hoje, quem vive no campo percebe a diferença, seja pelo trabalho das patrulhas rurais da Brigada Militar ou pelas delegacias especializadas da Polícia Civil. Por sua vocação agrícola, a redução da criminalidade no campo tem impacto positivo na economia e em diversos setores da sociedade gaúcha”, afirmou.
A SSP também reforçou o patrulhamento ostensivo e preventivo em regiões de fronteira, tradicionalmente mais suscetíveis ao crime. Entre janeiro e julho deste ano, municípios como Alegrete e Jaguarão registraram quedas de 64% nos casos de abigeato. Em Quaraí, a redução foi de 45%, enquanto em Garruchos chegou a 91%.
O diretor da Divisão de Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Dicrab), delegado Heleno dos Santos, destacou o papel das ações de inteligência e da tecnologia no combate a esse tipo de delito. Entre as ferramentas utilizadas estão sistemas de rastreamento de gado e veículos, além de plataformas de denúncia anônima.
Ele também ressaltou o treinamento especializado das equipes e o uso de veículos adaptados ao meio rural. “As Decrabs possuem conhecimento profundo sobre a cadeia produtiva e os tipos de crimes que a afetam, o que possibilita investigações mais eficientes, desde a coleta de provas até a identificação de redes criminosas”, afirmou.