Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de setembro de 2025
O empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, foi preso na manhã desta sexta-feira, 12, em uma nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), que investiga fraudes e desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O advogado Cleber Lopes, que defende Antunes, disse que não há justificativa para a prisão e afirmou que vai apresentar documentos à PF para comprovar a inocência dele.
O empresário é apontado como um dos principais operadores do esquema de fraudes que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.
Ele é sócio de 22 empresas de consultoria, call center, construção e incorporação. Algumas têm o mesmo telefone e endereço em Brasília.
A PF afirmou no inquérito que Antunes usava as suas companhias, principalmente a Prospect Consultoria Empresarial, para intermediar as negociações e movimentar os recursos financeiros originados das fraudes.
Pessoas e empresas relacionadas a ele receberam R$ 48,1 milhões diretamente de associações suspeitas de golpes em aposentados, além de R$ 5,4 milhões de empresas ligadas a essas entidades, o que totaliza R$ 53,5 milhões, segundo a PF.
O empresário também teria repassado R$ 9,3 milhões a servidores do INSS suspeitos de corrupção. Ele é descrito no inquérito como “pagador de vantagens indevidas” e alguém “profundamente envolvido no esquema de descontos ilegais”.
Carros de luxo
Apenas em 2024, Antunes e sua mulher alcançaram um patrimônio de R$ 14,3 milhões por meio de transações imobiliárias.
Ele também é dono de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, que comprou quatro imóveis em Brasília e São Paulo, avaliados em R$ 11 milhões.
O “Careca do INSS” gosta de colecionar carros de luxo, como Porsche, BMW, Audi e Jaguar. Um dos veículos, um Porsche/Taycan de 2022, foi transferido para a mulher de um ex-dirigente do INSS, aponta a investigação.
A PF afirmou ainda que o dinheiro movimentado nas contas do empresário é incompatível com sua renda declarada e com suas participações societárias. Em um período de pouco mais de 150 dias, Antunes movimentou mais de R$12 milhões em três instituições financeiras diferentes.
Antunes foi preso devido ao risco de fuga. Além dele, o suspeito de ser sócio oculto de uma das associações envolvidas no esquema, Maurício Camisotti, também foi preso, e o escritório do advogado Nelson Willians foi alvo de buscas. A defesa de Camisotti afirma que “não há qualquer motivo que justifique sua prisão”, enquanto a de Nelson Willians alega que sua relação com investigados na fraude “é estritamente profissional e legal”. Com informações de O Estado de S. Paulo