Quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de setembro de 2025
O influenciador conservador Charlie Kirk, 31 anos, chefe da Turning Point USA (TPUSA), a principal organização conservadora juvenil dos Estados Unidos, foi baleado e morto em um evento no campus da Universidade Utah Valley nessa quarta-feira (10). Segundo a universidade, o atirador ainda não foi capturado, contrariando informações iniciais divulgadas por autoridades federais.
Segundo uma porta-voz da universidade, Kirk foi atingido cerca de 20 minutos depois de começar a falar com os alunos e membros da comunidade no campus. Ela disse que um suspeito que atirou em Kirk a partir do Losee Center, um prédio a cerca de 200 metros de distância. Inicialmente foi divulgada a informação de que o atirador havia sido capturado, mas posteriormente a instituição disse que ele segue foragido.
“Em 10 de setembro de 2025, às 12h20 (horário local), um único tiro foi disparado no pátio próximo à praça de alimentação do Campus Orem da Universidade Utah Valley, enquanto o sr. Charlie Kirk começava a discursar em seu comício. Podemos confirmar que o Sr. Kirk foi baleado, mas não sabemos seu estado de saúde. O suspeito não está preso. A polícia ainda está investigando. O campus está fechado pelo resto do dia”, diz o comunicado.
Em entrevista à rede CNN, um dos participantes do evento disse que, pouco antes do ataque, “um garoto se aproximou e perguntou quantos atiradores transgêneros havia, e Charlie fez outro comentário” — nos últimos dias, a imprensa americana tem ventilado planos do Departamento de Justiça para restringir o acesso de pessoas transgênero a armas de fogo, reforçando a agenda de gênero defendida pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Horas depois do ataque, e em meio a relatos de que ele estava internado em estado crítico, Trump confirmou em sua rede social, a Truth Social, que Kirk havia morrido, informação confirmada também pelo porta-voz do influenciador, Andrew Kolvet.
“O Grande, e até mesmo lendário, Charlie Kirk está morto”, escreveu Trump em sua rede social. “Ninguém compreendia ou tinha o Coração da Juventude dos Estados Unidos da América melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim, e agora não está mais entre nós. Melania e meus pêsames vão para sua linda esposa Erika e sua família. Charlie, nós te amamos!”
“Este é um incidente terrível. A repercussão das pessoas em busca de vingança após este incidente violento e abominável será genuinamente preocupante”, disse Hasan Piker, um podcaster progressista que receberia Kirk em seu programa no final do mês, durante uma transmissão no Twitch.
Quem é Charlie Kirk?
Nascido em 1993 em um bairro rico de Chicago, Kirk começou a ficar conhecido em 2012, quando publicou um artigo no Breitbart News, site conservador que chegou a ter como diretor outra figura proeminente da extrema direita, Steve Bannon, ex-assessor de Trump. O texto argumentava que os livros didáticos usados em escolas do ensino médio estavam “doutrinando” os jovens com ideias progressistas.
A controvérsia o levou a programas de televisão e lhe deu a plataforma para lançar a TPUSA. Ele ganhou ainda mais notoriedade durante a primeira campanha de Trump à Presidência, em 2016, quando simbolizou uma crescente e barulhenta parcela dos eleitores, os jovens conservadores e ligados a teorias da conspiração.
Nos anos seguintes, se integrou ao ecossistema trumpista, se aproximando do núcleo leal do presidente, esposando discursos sobre a elite política de Washington — o tal “pântano” que Trump prometia dragar —, e, após a derrota do republicano em 2020 para Joe Biden, se tornou porta-voz das alegações (falsas) de fraude eleitoral.
Muitos o associam intelectualmente ao ataque contra o Capitólio, no dia 6 de janeiro de 2021, dia em que a vitória de Biden foi confirmada. Durante a pandemia da Covid-19, seu grupo bancou propagandas nas redes sociais com informações falsas sobre a vacinação, de acordo com o britânico The Guardian.
Kirk comandou outra organização além da Turning Point USA, a Turning Point Action, que funciona como um braço político de suas iniciativas. Em entrevistas, discursos e falas em programas de rádio e TV, defendeu teorias da conspiração como marxismo cultural, globalismo e o negacionismo quanto as mudanças climáticas. Em 2020, fez o discurso inaugural da convenção nacional do partido Republicano. Com informações de O Globo, BBC Brasil e Folha de S. Paulo.