Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de abril de 2023
Os amantes de viagem têm sentido de perto a alta de preços das passagens aéreas. Mesmo em queda há três meses seguidos, os preços continuam com alta de mais de 40% no resultado acumulado em 12 meses.
Pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços recuaram 0,51% em janeiro, 9,38% em fevereiro e 5,32% em março. Ainda assim, pelo resultado em 12 meses até março, o preço da passagem aérea tem aumento de 46,69%.
Há uma sazonalidade muito marcante das passagens aéreas. Meses de férias ou com feriados costumam registrar altas mais intensas de preços, que por isso registram forte oscilação ao longo do ano.
A pandemia ajudou a reforçar esse vai e vem de preços. No início da crise de covid, os preços despencaram, diante da necessidade de isolamento social e restrição quase absoluta de voos. Aos poucos, a melhora das condições ajudou a aumentar a demanda pelo serviço.
A metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que a coleta de preços de passagens aéreas seja feita com dois meses de antecedência. Ou seja, os preços para março foram coletados durante o mês de janeiro.
Na conta dessazonalizada – que tira o impacto da sazonalidade – os preços da passagem aérea subiram 10,69% em janeiro, recuaram 2,97% em fevereiro e aumentaram 1,87% em março, segundo cálculo de economista de mercado. “É um efeito sazonal muito forte. O melhor é olhar para o resultado em 12 meses”, diz uma fonte.
Outro fator a ser levado em consideração é que “a matemática é ingrata com a inflação”, afirma esse economista. Um produto cujo preço passou de R$ 100 para R$ 50 durante a pandemia, caiu 50%. Para voltar para o mesmo patamar de R$ 100, no entanto, precisa subir 100%.
“Uma passagem aérea que custasse R$ 100 em dezembro de 2019, com as subidas e descidas dos últimos três anos, estaria custando R$ 102 no fim de março de 2022”, diz.
Limites
O Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou que o programa de passagens aéreas a R$ 200 terá limite de compra de quatro trechos por ano. A proposta deve ser implementada até agosto.
Durante participação na comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Regional do Senado, França afirmou que a proposta terá a participação de três empresas de aviação brasileiras – Latam, Gol e Azul.
O programa “Voa Brasil” deve estimular a compra de passagens aéreas por pessoas com baixa renda, ampliando o acesso ao transporte aéreo e acabando com a ociosidade de voos.
O programa não utilizará recursos públicos e também prevê a possibilidade de financiamento de passagens.
Márcio França afirmou que o benefício poderá ser utilizado por quem não voa há um ano. A informação será confirmada às companhias aéreas ao governo.
“Se a pessoa não voou há um ano, pode comprar. Se a pessoa for financiar, aí tem diversas possibilidades. Se for servidor público ou alguém da previdência, poderá fazer isso no formato consignado”, disse o ministro.
Anteriormente, o ministro havia anunciado que o programa seria destinado a Funcionários públicos e aposentados com renda de até 6,8 mil reais, pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), estudantes com estudos financiados pelo Fies e bolsistas.
“A ideia para gente é que para agosto, depois de passar pelo governo, pela Casa Civil, se vai ser esse mesmo nome, nós faremos”, apontou.