Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de junho de 2025
A defesa do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determine a apresentação de um documento relacionado ao desfile de blindados ocorrido em agosto de 2021 na Esplanada dos Ministérios.
Garnier quer que o Comando da Marinha apresente a ordem de movimento das tropas envolvidas na chamada Operação Formosa. O desfile em Brasília ocorreu para a entrega de um convite ao então presidente Jair Bolsonaro para acompanhar o exercício militar, realizado em Formosa (GO).
Na época, o desfile dos blindados foi interpretado como uma possível pressão à Câmara dos Deputados, por ter ocorrido no mesmo dia em que estava agendada a votação de uma proposta que previa a impressão de um comprovante de voto na urna eletrônica, pauta que era defendida por Bolsonaro como forma de descredibilizar o sistema eleitoral.
Garnier, que é um dos réus na ação penal da trama golpista, foi questionado sobre o episódio por Moraes, na semana passada, durante seu interrogatório. O ex-comandante, contudo, alegou que houve uma coincidência, porque o desfile foi marcado antes da votação na Câmara.
“Isso não foi programado para o dia da votação do Congresso. O que eu tenho a impressão, se a minha memória não me trai, é que esta votação seria feita numa uma comissão especial”, afirmou. “E aí o presidente da Câmara, ele decidiu levar ao plenário, eu não sei se era obrigatório ou se era uma escolha, mas o fato é: ele decidiu levar a plenário e marcou para a data em que já estava marcada esse, todo esse deslocamento.”
Após o fim do interrogatório dos réus, na semana passada, foi aberto o prazo para as partes apresentarem pedidos de novas diligências, ou seja, medidas adicionais que podem ser tomadas para auxiliar no julgamento da ação penal. A defesa de Garnier foi a primeira a apresentar uma solicitação, que será avaliada por Moraes.
Já a defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que também é réu, apresentou documentos relacionados à comissão de fiscalização do sistema eleitoral. O trabalho da comissão entrou no foco da investigação porque Bolsonaro é suspeito de ter determinado o adiamento do relatório final, que não apontou fraudes nas eleições de 2022. (As informações são do jornal O Globo)