Quarta-feira, 03 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de dezembro de 2025
Um Rolex referência 6062, de 1950, alcançou o valor recorde de US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 33,3 milhões) em leilão realizado pela Monaco Legend Group, tornando-se o terceiro relógio mais caro da marca já vendido. O modelo, conhecido por sua combinação rara de calendário triplo e fase lunar dentro de uma caixa Oyster à prova d’água, é considerado um dos exemplares mais sofisticados e cobiçados da relojoaria suíça.
Produzido em apenas 350 unidades entre 1950 e 1953, o 6062 é celebrado por unir inovação técnica e design clássico. O exemplar leiloado possui mostrador preto com marcador de horas de diamante, uma configuração de que só existem três peças conhecidas no mundo. O modelo é feito em ouro amarelo e vem com pulseira Tile no mesmo tom, reforçando seu valor histórico e estético.
O relógio já havia sido vendido em 2006, na casa Antiquorum, por US$ 391 mil, como parte da célebre Coleção Mondani. Agora, quase duas décadas depois, multiplicou seu valor em mais de quinze vezes.
Em 2017, outro 6062 — pertencente ao imperador Bao Dai, do Vietnã — havia alcançado US$ 5 milhões (R$ 26,8 milhões) em leilão da Phillips, tornando-se, à época, o Rolex mais caro já vendido.
A Rolex é uma das marcas de relógios mais famosas e prestigiadas do mundo, conhecida por precisão, durabilidade e status. Sua história combina inovação técnica com uma estratégia pioneira de marketing.
A empresa foi fundada em 1905, em Londres, por Hans Wilsdorf e seu cunhado Alfred Davis, inicialmente sob o nome Wilsdorf & Davis. O objetivo de Wilsdorf era criar relógios de pulso precisos, algo visto com desconfiança na época, já que muitos acreditavam que relógios de bolso eram mais confiáveis. Em 1908, o nome Rolex foi registrado – curto, fácil de pronunciar em diferentes idiomas e apropriado para ser gravado nos mostradores.
Um dos marcos iniciais da marca foi a busca obsessiva pela precisão. Em 1910, a Rolex recebeu o primeiro certificado oficial de cronômetro concedido a um relógio de pulso, e pouco depois, em 1914, um de seus modelos ganhou o prestigiado certificado “Classe A” do Observatório de Kew, um reconhecimento geralmente reservado a cronômetros marítimos.
Em 1919, a Rolex transferiu sua sede para Genebra, um centro mundial da relojoaria. A partir de então, a empresa acelerou o desenvolvimento de tecnologias que se tornariam ícones da marca. Em 1926, lançou o Rolex Oyster, o primeiro relógio de pulso verdadeiramente à prova d’água, com caixa hermética. Esse modelo ganhou fama quando, em 1927, a nadadora Mercedes Gleitze atravessou o Canal da Mancha usando um Oyster – e o relógio saiu intacto.
Em 1931, a Rolex introduziu outro avanço decisivo: o Perpetual, primeiro mecanismo de corda automática com rotor de 360 graus, tecnologia que se tornaria padrão na indústria.
Nas décadas seguintes, a marca consolidou sua imagem com modelos que se tornaram lendas:
* Datejust (1945), o primeiro relógio de pulso com data automática;
* Submariner (1953), referência entre relógios de mergulho;
* GMT-Master (1955), criado para pilotos da Pan Am;
* Day-Date (1956), famoso por indicar dia da semana por extenso e ser usado por líderes mundiais;
* Explorer e Milgauss, projetados para ambientes extremos.