Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de maio de 2025
O grupo terrorista palestino Hamas libertou nesta segunda-feira (12) o refém israelense-americano Edan Alexander, que estava sob poder do grupo desde o início da guerra.
A informação foi confirmada pelo braço armado do grupo terrorista às 12h30min do horário de Brasília através de um comunicado, que afirma também que o Hamas está pronto para chegar a um “acordo de cessar-fogo abrangente” e pede que o governo de Donald Trump prossiga com seus esforços para acabar com a guerra em Gaza.
Segundo uma fonte da agência de notícias Reuters, Alexander está a caminho do território israelense através da passagem de Kissufim. A TV do Catar Al-Arabiya noticiou em suas redes sociais:
“A Cruz Vermelha recebeu o prisioneiro Idan Alexander das Brigadas Qassam ao norte de Khan Yunis”. Edan Alexander é um soldado de dupla nacionalidade, israelense-americano, de 21 anos, que foi sequestrado enquanto servia em uma unidade de elite perto de Gaza durante a invasão do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023.
A entrega do refém havia sido anunciada pelo grupo terrorista Hamas mais cedo e é parte dos esforços para que se chegue a um acordo de cessar-fogo com Israel, e também para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave sitiado.
“Edan Alexander, refém americano dado como morto, será libertado pelo Hamas. Ótima notícia!”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio.
De acordo com Steve Witkoff, enviado do presidente dos Estados Unidos para assuntos do Oriente Médio, o grupo concordou em libertar Alexander como um gesto de boa vontade em relação a Trump.
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país não se comprometeu com nenhum cessar-fogo ou troca de prisioneiros com o grupo terrorista Hamas pela libertação do refém americano.
Segundo ele, haverá apenas um corredor seguro para a libertação de Edan Alexander e seu país vai continuar com a guerra em Gaza, apesar das negociações com o Hamas e do anúncio da libertação do refém.
“De acordo com a política de Israel, as negociações ocorrerão sob fogo, com o compromisso de alcançar todos os objetivos da guerra”, assinalou o gabinete do primeiro-ministro em um comunicado.
Outra autoridade, o chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse que os esforços para facilitar a libertação foram realizados em conjunto pelo Catar, Egito e Turquia.
O Catar e o Egito, que participam dos esforços de negociação, descreveram o acordo para libertar o refém israelita-americano como um passo “encorajador” para as partes que voltam às negociações de cessar-fogo em Gaza.
Ainda hoje mais cedo, representantes do Hamas e dos Estados Unidos mantiveram discussões diretas em Doha, disseram à AFP duas autoridades do grupo terrorista, das quais uma falou de “avanços” em direção a uma trégua em Gaza.
“Houve negociações diretas em Doha entre líderes do Hamas e os Estados Unidos sobre um cessar-fogo, uma troca de prisioneiros [de reféns israelenses por prisioneiros palestinos] e a entrada de ajuda humanitária em Gaza”, disse uma das autoridades, acrescentando que as discussões “ainda estão em andamento”.
Em 15 de abril, o Hamas disse ter perdido contato com o grupo que o mantinha refém em Gaza após um ataque israelense. Das 251 pessoas sequestradas em Israel nos ataques de outubro de 2023, 58 continuam em cativeiro em Gaza, incluídas 34 declaradas mortas pelo Exército israelense.