Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de junho de 2025
O programa estadual “Inverno Gaúcho” recebeu nessa segunda-feira (9) um aporte adicional de R$ 112,6 milhões para ampliação do atendimento em hospitais e das estratégias de atenção primária pelas prefeituras. No foco da iniciativa está a maior ocorrência de doenças respiratórias durante a época mais fria do ano, sobrecarregando os serviços de saúde.
Somando a um primeiro investimento de R$ 20,5 milhões realizado em maio, o reforço amplia para mais de R$ 133 milhões os recursos destinados neste ano a tal finalidade. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Leite e pela titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann.
O novo montante abrange R$ 100 milhões para hospitais (incluindo R$ 60 milhões para criação de 400 leitos clínicos, de suporte ventilatório e tratamento intensivo) e R$ 40 milhões para custeio e aquisição de materiais e medicamentos. Outros R$ 12,6 milhões serão repassados às prefeituras para expandir atividades de vacinação nas unidades básicas de saúde (UBS). A distribuição dos recursos tem como critério o contingente populacional de cada município:
– Até 5.000 habitantes (237 municípios): R$ 10 mil cada (total R$ 2,37 milhões).
– 5.001 a 10.000 habitantes (98): R$ 20 mil cada (total R$ 1,96 milhão).
– 10.001 a 50.000 habitantes (119): R$ 30 mil cada (total R$ 3,57 milhões).
– 50.001 a 100.000 habitantes (24): R$ 60 mil cada (total R$ 1,44 milhão).
– 100.001 a 250.000 habitantes (13): R$ 120 mil cada (total R$ 1,56 milhão).
– 250.001 a 500.000 habitantes (5): R$ 240 mil cada (total R$ 1,2 milhão).
– 500.000 habitantes (1): R$ 500 mil.
Programa “SUS Gaúcho”
Voltado à qualificação dos atendimentos em saúde no Rio Grande do Sul, o programa “SUS Gaúcho” reúne ações para reduzir o tempo de espera por procedimentos, complementar a tabela Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar os recursos destinados à urgência e à emergência. Prevê, ainda, o reforço no apoio a hospitais públicos, além da expansão dos ambulatórios de especialidades.
Com aportes extras provenientes de recursos próprios do Tesouro do Estado, o governo estadual vai implementar uma tabela complementar, com o objetivo de reduzir a defasagem nos valores pagos por procedimentos e consultas no âmbito do SUS.
“O desafio é grande na ponta, por isso estamos aportando esses valores e queremos ir além”, afirmou o governador. “Sabemos que ainda existem problemas, mas a saúde é prioridade.” A secretária Arita acrescentou: “Um grande avanço são os ambulatórios de especialidades, que já se aproximam de 1 milhão de consultas. Nossa maior demanda hoje é justamente por mais ambulatórios em todo o Estado”.
Investimento obrigatório
Eduardo Leite e Arita Bergmann também esclareceram questões relativas ao percentual mínimo de investimentos do governo estadual na área da saúde. Conforme o governador, acordos com o Ministério Público (MP) estão em andamento para que o Rio Grande do Sul atinja, de forma gradual, o mínimo de 12% previsto para a destinação de recursos ao setor.
A meta do governo é que os investimentos em saúde alcancem esse percentual até 2031, o que permitirá um acréscimo de mais de R$ 6 bilhões no orçamento da área. “Ao longo dos últimos anos, pagamos dívidas de R$ 1,1 bilhão acumuladas em governos passados na saúde. Não deixamos mais atrasar e investimos mais de R$ 900 milhões na área. Agora queremos dar mais um passo com esse avanço no financiamento”, garantiu Leite.
Santa Casa recebe novos equipamentos
Leite e a titular da SES também conheceram os novos angiógrafos adquiridos pela Santa Casa de Porto Alegre com recursos estaduais. Foram repassados R$ 5,4 milhões para a compra e instalação de dois aparelhos que permitirão a realização de cateterismo diagnóstico e terapêutico. O governador anunciou, ainda, um novo investimento de R$ 5,5 milhões para a compra de um aparelho de ressonância magnética.
Os equipamentos beneficiarão pacientes do Hospital São Francisco e do Hospital da Criança Santo Antônio, ampliando a assistência cardiovascular de média e de alta complexidades pelo SUS. O angiógrafo é essencial para diagnósticos precisos e planejamento de intervenções cirúrgicas no sistema cardiovascular.
Provedor da instituição, Alfredo Englert ressaltou a importância desse tipo de tecnologia, que já é utilizada desde fevereiro para atendimento em hospitais: “A aquisição contribuiu de forma significativa para a ampliação do acesso e qualificação do cuidado com os pacientes, em especial aqueles atendidos por meio do SUS, que correspondem a 62% do total”.
(Marcello Campos)