Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de julho de 2025
Raquel na primeira versão de Vale Tudo, de 1988, Regina Duarte não poupou nas palavras para dizer o que pensa sobre o remake da obra de Gilberto Braga. Aos 78 anos, a famosa criticou a nova roupagem do folhetim e foi sincera ao revelar o que a faria voltar para a Globo para um novo trabalho.
Em entrevista a Catia Fonseca em seu novo videocast no YouTube, a atriz se mostrou totalmente contra a produção de remakes. Ela explicou só achar aceitável caso a iniciativa fosse para revisitar uma obra que não tivesse feito tanto sucesso em sua versão original.
“É como traição aos atores que aceitam fazer um remake. Uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência, não precisa de remake”, detonou Regina Duarte.
E completou: “Ainda mais hoje, que você entra lá [no Globoplay] e pode ver cenas dessa novela que está sendo refeita agora… Eu acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos está disponível hoje”.
Regina defendeu que vive um momento de privilégio porque tem a possibilidade de assistir suas obras antigas em streamings e canais que preservam a memória das novelas.
“Cacilda Becker, Irina Greco e uma porção de atores e atrizes faleceram e não ficou nada deles. Talvez num museu tenha alguma coisa, mas não está disponível hoje em dia para o grande público. Acho isso triste e acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos atrás está disponível”, refletiu.
Manoel Carlos
Fora da Globo há anos, Regina Duarte também comentou a possibilidade de voltar à Vênus Platinada para fazer novelas. Entretanto, ela só estaria disposta caso fosse chamada para mais uma trama de Manoel Carlos, já que viveu três Helenas em folhetins dele em História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Páginas da Vida (2006).
“Olha, com Maneco eu faria qualquer coisa. Se fosse o Maneco, com quem eu fiz três Helenas, fiz outras coisas também, eu não pestanejo. Maneco tem um entendimento do ser humano que é muito raro”, explica a atriz.
Hoje com 82 anos, Manoel Carlos se aposentou em 2014 e vive em seu apartamento na zona sul do Rio, seguindo uma rotina de cuidados médicos para tratar Parkinson, enquanto divide o dia a dia ao lado da esposa.
Fã de Bolsonaro
Longe das novelas, Regina chegou a trabalhar como secretária especial de cultura entre 4 de março e 10 de junho de 2020. Ela explicou na entrevista por que aceitou o cargo e fez uma confissão sobre o ex-presidente: “Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando”.
Na entrevista a apresentadora Catia Fonseca, a atriz comentou também que tentou levar amigos artistas para a secretaria de Cultura, mas não teve apoio. “Nenhum amigo quis. Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo”, lamenta.
Mesmo assim, ela considera que foi bom ter assumido o cargo público, ainda que durante pouco tempo. “Foi importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado ‘chão de plenário’. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: ‘Você devia se candidatar”, declarou.