Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de setembro de 2025
Os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes. O aumento da temperatura média do planeta já provoca impactos diretos, como ondas de calor mais frequentes e tragédias climáticas cada vez mais devastadoras.
Diante desse cenário, cientistas ao redor do mundo buscam soluções para mitigar os efeitos do aquecimento global. Algumas propostas, porém, geram controvérsia. Entre elas está a geoengenharia solar, ideia que consiste em refletir parte da luz do sol de volta ao espaço para resfriar a Terra. O plano, no entanto, acaba de ser rejeitado pelas autoridades do Reino Unido.
A geoengenharia climática, também chamada de intervenção climática, reúne um conjunto de tecnologias em larga escala que visam reduzir os impactos da crise climática. No caso da geoengenharia solar, os defensores acreditam que a manipulação da radiação solar poderia frear temporariamente o aumento das temperaturas. Mas especialistas alertam que a técnica enfrenta desafios significativos: custos elevados, eficácia incerta, risco de causar desequilíbrios climáticos em outras regiões e a necessidade de aplicação contínua.
No Reino Unido, legisladores do Comitê de Auditoria Ambiental do parlamento avaliaram esses riscos e concluíram que o uso da tecnologia poderia prejudicar a vida marinha, perturbar ecossistemas e até violar o Tratado da Antártida. Além disso, não enfrentaria a principal causa da crise climática: a emissão de gases de efeito estufa.
Diante das recomendações, o governo britânico foi pressionado a se posicionar sobre o tema. Nesta semana, respondeu que não há planos para adotar projetos de geoengenharia solar, seja na Antártida ou em qualquer outra região. A decisão foi revelada em reportagem da agência Bloomberg.
A declaração veio após mais de 30 cientistas alertarem para os riscos de propostas que envolvem resfriar artificialmente as regiões polares. Segundo eles, além de caras e pouco viáveis, tais iniciativas poderiam gerar consequências ambientais perigosas.
Apesar de rejeitar o uso da tecnologia, o governo britânico afirmou que seguirá colaborando com parceiros internacionais em pesquisas relacionadas à geoengenharia. Também nesta semana, um relatório da União Europeia reforçou as críticas: classificou os benefícios dessas soluções como “altamente incertos” e alertou para o risco de uso indevido por agentes mal-intencionados. O bloco já havia indicado que pretende se unir a esforços globais para avaliar a viabilidade — e os perigos — de intervenções climáticas em larga escala.