Quarta-feira, 30 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de julho de 2025
O governo do Reino Unido informou, nesta terça-feira (29), que vai reconhecer a Palestina como um Estado, até setembro deste ano, caso Israel não aceite certas condições para aliviar o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza. Tel Aviv é contra a criação de um Estado palestino.
A decisão foi divulgada cinco dias após a França anunciar que vai reconhecer, também em setembro, o Estado da Palestina nas Nações Unidas. Com isso, França e Reino Unido podem se tornar as duas primeiras potências ocidentais a reconhecerem a Palestina.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o gabinete tomou a decisão nesta terça-feira. “Em Gaza, devido a uma falha catastrófica na ajuda humanitária, vemos bebês famintos, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida. O sofrimento precisa acabar”, disse. As condições elencadas pelo chefe do governo britânico ao governo de Israel para evitar o reconhecimento da Palestina são:
Que o governo de Benjamin Netanyahu tome medidas substantivas para pôr fim à terrível situação em Gaza; que concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo “reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados”; que permita à ONU (Organização das Nações Unidas) distribuir ajuda humanitária nos territórios palestinos ocupados; que deixe claro que não haverá anexações na Cisjordânia.
O primeiro-ministro Keir Starmer acrescentou que a mensagem ao Hamas continua a mesma: “Eles devem libertar imediatamente todos os reféns, assinar um cessar-fogo, desarmar-se e aceitar que não participarão do governo de Gaza”, completou.
Ao todo, mais de 140 dos cerca 190 países da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010. Na Europa, dos 27 Estados, apenas Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem a Palestina como Estado. Nesta semana, uma conferência da ONU discute a solução de dois Estados para crise na Palestina. Os países debatem medidas para tornar os dois Estados uma realidade.