Domingo, 28 de setembro de 2025

Relator escolhido para processo que pode cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro é delegado da Polícia Federal e defende anistia ampla

O deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG) foi escolhido relator do processo que pode cassar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O anúncio foi feito pelo presidente do órgão, deputado Fabio Schiochet (União Brasil-SC).

Marcelo Freitas é delegado da Polícia Federal (PF), enquanto Eduardo é escrivão concursado da PF, afastado para exercer o mandato parlamentar.

O relator também defende pautas bolsonaristas, como anistia ampla aos condenados por golpismo e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi escolhido entre três nomes sorteados para compor uma lista tríplice de possíveis relatores.

“Defendo com clareza a anistia ampla, geral e irrestrita aos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro! Sou totalmente contra os abusos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal! Defendo o impeachment de Alexandre de Moraes, além de mandato para ministros do STF!”, escreveu no X (antigo Twitter) em agosto.

O processo contra Eduardo, instaurado pelo Conselho de Ética na terça, acusa o deputado justamente de ataques ao STF e ameaça à realização das eleições em 2026.

Marcelo Freitas também diz ser contra o PT e criticou, em julho, a decisão de Moraes de determinar medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, agora condenado a 27 anos de prisão na ação da trama golpista.

Em 2021, a PF indiciou o deputado sob suspeita de ter cometido crime de caixa dois na campanha eleitoral de 2018. A assessoria de Marcelo Freitas afirmou que o deputado “jamais tomou conhecimento dessa situação” e “nunca foi processado criminalmente em sua vida pública”.

Os demais nomes sorteados foram de deputados da esquerda, campo que defende a cassação de Eduardo — Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP).

O presidente do Conselho de Ética disse que o caso precisa ter muita imparcialidade. Questionado sobre o alinhamento do relator ao bolsonarismo, Schiochet afirmou que Marcelo Freitas “já atuou em casos muito sensíveis quando esteve na PF e terá essa imparcialidade”.

A representação contra Eduardo no Conselho de Ética foi apresentada pelo PT, pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e pelo deputado Paulão (PT-AL). Este é o primeiro processo instaurado contra Eduardo neste ano no conselho. No total, o deputado é alvo de quatro representações no órgão — os autores das demais peças pedem que elas sejam apensadas ao processo já instaurado.

A peça argumenta que, morando nos Estados Unidos desde março, Eduardo Bolsonaro tem atuado a favor de sanções a autoridades brasileiras, como retirada de visto e aplicação da Lei Magnitisky, e que sua campanha resultou na imposição de tarifas discriminatórias ao país, o chamado tarifaço. O objetivo de Eduardo é livrar o pai da prisão. (Com informações da Folha de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Relator de processo contra Eduardo Bolsonaro promete ser imparcial
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play