Quarta-feira, 01 de outubro de 2025

Relator ignora pressão do partido de Bolsonaro pela anistia e vai insistir em projeto de redução de penas

A queda de braço em torno da anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro ganhou mais um capítulo nessa terça-feira (30). O relator do projeto, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), voltou a resistir à pressão dos aliados de Jair Bolsonaro e reiterou que seguirá defendendo a redução de penas como caminho possível.

“Continuo defendendo a minha ideia de apresentar o relatório nessas condições (de redução de penas). O relatório é um negócio muito simples. Eu tenho brincado que meu relatório não é o voto do Fux. É um negócio curto e grosso de mexer em duas ou três penas e com isso pacificar o País”, afirmou Paulinho, depois de se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e com o líder da sigla na Câmara, Sóstentes Cavalcante (RJ).

O PL, porém, não abre mão da bandeira da anistia. Em público, evita a expressão “ampla, geral e irrestrita”, mas mantém o conteúdo. “Vamos continuar insistindo que a redução de penas não resolve o problema. Pessoas já cumpriram um sexto da pena. O que cabe é anistia, mas jamais nos fecharemos ao diálogo”, disse Sóstentes.

Paulinho tem percorrido diferentes frentes. Na semana passada, esteve com a bancada do partido de Bolsonaro, quando foi hostilizado. Também almoçou com Sóstentes e, nesta quarta-feira (1º),deve se reunir com familiares de presos acusados de participação nos atos golpistas. Além disso, tem conversas marcadas com parlamentares do PSD e do PCdoB, em uma tentativa de ampliar a base de sustentação do relatório.

O relator afirma que só apresentará o texto depois de ouvir todas as bancadas e após diálogo com o Senado, especialmente após o desgaste entre as duas Casas durante a PEC da Blindagem. Segundo ele, cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negociar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Entre encontros e gestos políticos, Paulinho também sinalizou outra movimentação. Após nova rodada de conversas com o PL, disse que pretende ouvir o ex-ministro petista José Dirceu. “Tenho relação com Zé desde 1980, sempre fui amigo dele e quero ouvir ele um pouco”, declarou.

Assim, a disputa em torno da anistia segue aberta: de um lado, a pressão bolsonarista por absolvição ampla; de outro, a resistência do relator em limitar o debate a um reequilíbrio de penas. (Com informações do portal Terra)

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