Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de maio de 2025
Parte dos R$ 17,2 milhões arrecadados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro há dois anos em uma vaquinha tem sido gastos nas despesas do filho Eduardo Bolsonaro, que está morando nos Estados Unidos desde março. Ao menos é o que ex-presidente tem declarado para justificar os gastos. No fim de semana, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi às redes divulgar novamente o Pix e pedir novas doações, afirmando que cerca dos R$ 8 milhões do montante foram gastos em despesas, sendo parte delas para cobrir o deputado licenciado nos Estados Unidos.
“Agora aumentou a despesa dele. Vi ele preocupado com alguns números ontem, porque está tendo Eduardo Bolsonaro lá nos Estados Unidos, que ele está ajudando também, não está barato morar nos Estados Unidos”, declarou Machado.
Além da fala do ex-ministro, na semana passada, o ex-presidente já havia declarado pagar as contas do filho com o valor do Pix.
“Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial. Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho, um afastamento familiar”, disse o ex-presidente.
Além do valor arrecado durante a vaquinha realizada em 2023, Bolsonaro possui uma renda mensal que chega a cerca de R$ 100 mil. O volume contempla duas aposentadorias — R$ 46 mil da Câmara dos Deputados e R$ 11 mil do Exército (dados de 2023) —, além de um salário de R$ 41 mil na função de presidente de honra do PL.
Despesas jurídicas
No vídeo divulgado no fim de semana, Gilson Machado também cita “despesas jurídicas”. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de liderar uma trama golpista contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vocês não têm noção da nossa preocupação com as despesas, centenas e diga-se de passagem de várias origens. Em apenas um ano foram gastos em torno de R$ 8 milhões”, disse o ex-ministro.
Investigado no caso da trama golpista, Bolsonaro teve na sexta-feira (16) um pedido negado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente solicitou o cancelamento de uma série de audiências com testemunhas do caso da trama golpista. Bolsonaro queria o cancelamento para ampliar o prazo em que poderia analisar novas provas juntadas ao caso contra ele.
Moraes avaliou que as novas provas não representaram uma mudança em relação à acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e a posterior decisão do Supremo de torná-lo réu. (Com informações do jornal O Globo)