Domingo, 03 de agosto de 2025

Restaurantes dos Estados Unidos pedem que a carne e o café do Brasil sejam poupados da tarifa de Trump

A associação que representa os restaurantes americanos enviou uma carta ao governo dos Estados Unidos alertando sobre o impacto do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre alimentos do Brasil e da União Europeia como café, carne bovina, vinhos e destilados. O setor pede isenção dessas tarifas para não afetar o custo e a disponibilidade de produtos nos estabelecimentos.

A carta foi enviada pela Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos ao representante de Comércio do governo americano, Jamieson Greer, nomeado como principal negociador das tarifas, na última terça-feira (29), véspera do decreto de Trump que confirmou a taxa de 50% aos produtos brasileiros, incluindo o café e a carne, que não entraram na lista de exceções.

A associação representa 500 mil estabelecimentos dos Estados Unidos. “Impor tarifas a parceiros importantes como Brasil e União Europeia traria grandes desafios à cadeia de suprimento dos restaurantes, afetando o custo e a disponibilidade de produtos essenciais como café, carne bovina e alimentos, vinhos e destilados europeus”, diz a carta.

“Atualmente, os preços da carne bovina já estão em níveis recordes, impactando os preços de pratos como hambúrgueres, tacos e outros”, afirma a associação americana.

O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reconheceu que o país pode reconsiderar e isentar de tarifas comerciais bens incapazes de “crescer” em solo americano, como café, cacau e outros produtos.

“Concordamos que os déficits comerciais dos EUA com outros países devem ser mais equilibrados, mas como os produtos alimentícios e bebidas não contribuem significativamente para esses déficits, esperamos que esses produtos possam ser isentados”, diz a carta dos restaurantes. Os EUA é superavitário na balança comercial com o Brasil.

Exportações

No Brasil, produtores de café esperam que Trump tire o produto da sobretaxa. Os exportadores brasileiros também esperam escapar do tarifaço, mas são mais duvidosos, pois os EUA produzem carne. Ainda assim, a atratividade da carne brasileira, conhecida por ser mais magra e utilizada para produção de alimentos industrializados, é vista como um fator que pode salvar a venda para os americanos.

Empresas como Minerva, JBS e Marfrig estão entre as maiores exportadoras. Segundo o setor, uma tarifa de 50% inviabiliza as exportações e as companhias terão que se adequar, usando suas fábricas nos EUA, por exemplo, ou vendendo para outros mercados.

“Essa taxação inviabiliza as exportações. Se for mantida, agora os EUA terão de se suprir de outros mercados porque a carne bovina deixa de ser competitiva, mas apostamos ainda que haja negociação para retomar o fluxo normal do comércio”, afirmou o presidente Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, após o decreto do tarifaço. Com informações de O Estado de S. Paulo

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