Quarta-feira, 30 de julho de 2025

Reunião com o vice-presidente da República gera racha entre governadores de direita e amplia guerra política do tarifaço

Uma reunião que estava marcada para esta quarta-feira (30), com o vice-presidente Geraldo Alckmin, acabou sendo cancelada após provocar um racha entre governadores de direita, que disputam o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de ampliar a guerra política em torno do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.

Nos bastidores, a avaliação foi de que o encontro com Alckmin teria um peso simbólico importante a favor do governo federal, que já vem colhendo bons frutos políticos com a repercussão do tarifaço imposto por Trump. O Palácio do Planalto observa uma recuperação da popularidade, enquanto o bolsonarismo sofreu um revés em seu discurso nacionalista. A possível imagem de Alckmin cercado por governadores da oposição seria usada como prova de que o governo Lula conseguiu formar uma frente ampla para lidar com a crise.

O convite para que o vice-presidente participasse da reunião do Fórum de Governadores partiu de Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal. A proposta era que o encontro ocorresse dentro do Palácio do Planalto, um ambiente considerado politicamente hostil para lideranças da direita. Apesar disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência da República em 2026, havia confirmado presença e estava pronto para desembarcar em Brasília para conversar com Alckmin.

Por outro lado, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que trabalha para garantir uma indicação de Jair Bolsonaro ao Senado nas eleições de 2026, recusou imediatamente o convite e descartou qualquer possibilidade de comparecer ao Planalto. Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, também se negou a participar, alegando outros compromissos de agenda.

O caso mais delicado, no entanto, foi o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido do Centrão para substituir Bolsonaro na disputa presidencial. Tarcísio tenta equilibrar sua posição política entre o alinhamento ao bolsonarismo e os interesses do setor empresarial paulista, fortemente afetado pelas tarifas americanas. Sua movimentação em busca de uma solução negociada para o fim do tarifaço provocou críticas internas.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que está nos Estados Unidos, criticou abertamente Tarcísio. Segundo ele, “as tarifas de Trump” devem ser vistas como uma forma legítima de “pressionar para que seu pai não seja condenado no Supremo Tribunal Federal (STF)” pela suposta tentativa de golpe em 2022. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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