Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de setembro de 2025
A reunião da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) marcada para esta segunda-feira (15) para ouvir o investigado Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, foi cancelada.
A decisão foi tomada após Antunes comunicar, por meio da defesa, que não iria comparecer à comissão para prestar depoimento. Ele está detido na superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
O ministro relator do caso dele no STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça, decidiu que a participação do Careca do INSS na comissão seria facultativa. Ou seja, ele poderia escolher se iria, ou não, comparecer à oitiva no Congresso. A CPMI procura investigar fraudes ao órgão por meio de descontos ilegais em aposentadorias.
No início da manhã, a equipe jurídica do acusado afirmou que Antunes pretendia comparecer à oitiva, e que iria usar o depoimento para se defender das acusações. Mas, horas depois, ele desistiu do depoimento. A informação foi divulgada em nota pela assessoria do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Antunes é considerado pela Polícia Federal como um dos articuladores do esquema que desviou bilhões de reais do Instituto Nacional de Seguridade Social. Na última sexta-feira (12) a PF prendeu o operador por suspeita de pagamento de propina a servidores do órgão para obter ilegalmente dados de aposentados e pensionistas, repassar a entidades e, com isso, viabilizar os descontos ilegais.
Após a operação, o empresário foi convocado para depor na CPMI. Mas, ele seria ouvido na condição de investigado, e não tinha a obrigação de responder a todas as perguntas feitas pelos parlamentares, caso entendesse que isso poderia incriminá-lo.
Anteriormente, a defesa já havia afirmado que o “Careca do INSS” não compareceria após o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, tornar facultativa a ida dele ao colegiado.
A investigação da PF
Na sexta-feira (12), Antunes e o empresário Maurício Camisotti foram presos pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento nas fraudes do INSS.
Após a operação, a comissão enviou um pedido para o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal, ministro André Mendonça, para que Antunes fosse liberado para participar da oitiva na CPI, que foi acatado.
Uma investigação da PF revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Antunes é o lobista apontado pela PF como “facilitador” do caso.
A PF afirma que associações e entidades que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.