Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de outubro de 2025
A reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, neste domingo (26), na Malásia, repercutiu entre a oposição e aliados da base governista. Enquanto integrantes do governo comemoraram o encontro como sinal de retomada do diálogo com os Estados Unidos, políticos do PL exploraram o fato de o presidente americano ter mencionado o ex-presidente Jair Bolsonaro antes da conversa bilateral.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou o encontro nas redes sociais. Ele compartilhou um vídeo em que Trump diz que “sempre gostou” do ex-presidente. “Lula encontra Trump e, na mesa, um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO. Imagine o que foi tratado a portas fechadas?”, escreveu no X.
A publicação foi compartilhada pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), reforçando o tom de provocação da ala bolsonarista diante da aproximação entre os dois presidentes.
Do lado do governo, ministros e aliados celebraram o gesto diplomático. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que “o Brasil retoma o diálogo com o mundo sob a liderança de um verdadeiro estadista”. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, escreveu: “Lula, gigante pela própria natureza!!!”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também comentou o encontro e adotou um tom conciliador. Ele elogiou a iniciativa de Lula e Trump, afirmando que o diálogo e a diplomacia “voltaram a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”.
Ele acrescentou que “quando líderes escolhem conversar, a História agradece”. Motta disse ainda que a Câmara está “à disposição da diplomacia brasileira, votando temas importantes e comprometida em servir ao País”.
A manifestação ocorre num momento em que o presidente da Casa tenta se equilibrar entre o grupo bolsonarista, sob pressão pela votação do PL da Anistia, e as siglas da base governista, que foram decisivas para sua eleição ao comando da Câmara.
O encontro entre Lula e Trump começou às 15h30 (horário local), no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC), e foi confirmado pelos dois governos, em paralelo à Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Entre os temas tratados, estiveram o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os EUA e as sanções aplicadas contra autoridades brasileiras. Trump indicou que poderá rever as medidas, a depender do avanço das negociações entre os dois países. (Com informações de O Estado de S.Paulo)