Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de maio de 2025
Em um iniciativa informal que lembra a expressão “Tigres Asiáticos” (aplicada na década de 1980 a economias orientais em ascensão), o País tem agora tem as suas “Onças Brasileiras”. Trata-se de um grupo de Estados que crescem acima da média nacional – e dos atuais padrões da China, referência global nesse quesito. Na lista estão Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e, agora, o Rio Grande do Sul.
A inclusão é resultado de uma ação promocional de mercado conduzida pela agência de fomento Invest RS, vinculada ao governo gaúcho, e foi destaque durante evento realizado em Nova York (Estados Unidos), nesta semana, pela Apex Partners – plataforma de investimentos e serviços financeiros fundada no Espírito Santo. O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, detalha a iniciativa que tem o felino brasileiro como fonte de inspiração:
“Foram dois meses de trabalho. Quando soube que a consultoria estava organizando um estudo comparativo sobre as potencialidades regionais dos Estados brasileiros, a agência procurou a Apex e defendeu que o Rio Grande do Sul fosse incluído, por conta de seus fundamentos de competitividade”.
Ele acrescenta: “O Rio Grande do Sul tem bons indicadores e merece este reconhecimento. A partir desta sinalização de uma consultoria importante como a Apex Partners, conseguimos nos posicionar e buscar investimentos globalmente com critérios técnicos. Foi um trabalho de posicionamento que justifica a existência da nossa agência como um polo de promoção do RS como um destino para novos negócios”.
Esse conceito de “onças brasileiras” ganhou destaque ao ser projetado em um telão na Times Square, uma das áreas urbanas de maior visibilidade em Nova York, a partir de uma ação da Apex Partners.
O estudo que embasa a abordagem das “onças brasileiras” foi produzido pela Futura, com base em levantamentos de dados comparativos. De acordo com a gerente de Dados da Futura, Paula Orrico, os entes regionais têm demostrado um excelente potencial de crescimento. “Quem faz o protagonismo do Brasil são os mercados regionais, que vem aumentado a participação no PIB brasileiro ano após ano, representando já 60% da riqueza do país”, disse Paula.
Evento
Durante um dos paineis promovidos pela Apex Partners, o governador gaúcho Eduardo Leite apresentou a trajetória recente do Rio Grande do Sul, marcada por reformas estruturais, crescimento acima da média nacional e um plano robusto de desenvolvimento sustentável.
A atividade integrou o “Brazilian Regional Markets”, também promovido pela Apex, e integra a missão oficial do governo gaúcho aos Estados Unidos para encontros com investidores, empresários e autoridades públicas.
Com o tema “Integração e desenvolvimento regional: como conectar os estados onde o Brasil acontece?”, Leite defendeu uma maior articulação entre regiões como Sul e Sudeste, ressaltando a importância do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) como plataforma para cooperação federativa em áreas como segurança pública, transição energética, logística e reforma tributária:
“Não há país competitivo sem regiões fortalecidas, articuladas e protagonistas. O Rio Grande do Sul superou travas históricas, voltou a investir e agora constrói, com participação da sociedade, uma nova agenda de crescimento econômico, inclusão social e sustentabilidade”.
O chefe do Executivo Leite esmiuçou, ainda, o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do RS, estruturado a partir da escuta de universidades, setor produtivo e comunidades locais. A base são cinco eixos estratégicos: capital humano, ambiente de negócios, inovação e tecnologia, infraestrutura e transição energética. Além disso, define 12 setores prioritários, que vão desde agronegócio e celulose até semicondutores e inteligência artificial.
(Marcello Campos)