Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Rio Grande do Sul tem seu primeiro caso fatal de dengue neste ano. Vítima é uma idosa

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou nesta segunda-feira (5) a primeira morte por dengue no Rio Grande do Sul em 2024. Registrado na cidade de Tenente Portela (Região Noroeste), o caso fatal tem como vítima uma mulher de 71 anos. A idosa sofria de comorbidades que agravaram seu quadro de saúde após contrair a doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Desde o início de janeiro já são ao menos 2.314 testes positivos entre os gaúchos. A maioria (2.101) contraiu a doença dentro do próprio Estado.

O Rio Grande do Sul registrou no ano passado um total de quase 38,5 mil casos confirmados. Destes, 54 tiveram como desfecho o óbito do paciente.

Assim como ocorre em boa parte das doenças crônicas, a faixa etária acima dos 60 anos compõe um dos principais grupos de risco para o agravamento do quadro de saúde após a picada pelo inseto-vetor.

Dicas à população

Diante das manifestações dos primeiros sintomas compatíveis com a dengue, as autoridades médicas recomendam que o indivíduo procure um serviço de saúde o mais rápido possível. O objetivo é evitar o agravamento do caso e a evolução para óbito.

Como principais sintomas são listados a febre alta (39°C a 40°C) e com duração de dois a sete dias, mal-estar geral, náusea, vômito, diarreia, manchas avermelhadas na pele, com ou sem coceira. Também aparecem de forma frequente os relatos de dores na cabeça (inclusive atrás dos olhos) e em outras partes do corpo.

O uso de repelente é indicado para maior proteção individual contra o inseto, cuja picada da fêmea funciona como vetor. Não menos importante é revisar as áreas interna e externa da residência (casa ou apartamento) para eliminar objetos com água parada. Essas ações impedem o mosquito de nascer, cortando assim o seu ciclo de vida já na fase aquática.

Vacinação nacional

Em janeiro, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra dengue terá como segmento prioritário o público infanto-juvenil com idade entre 6 e 16 anos. Essa faixa etária foi determinada a partir de uma indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O fármaco a ser utilizado é “Qdenga”, desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma e cujo registro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e incorporado ao Programa Nacional de Imunização. Também será utilizado um imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantã-SP.

Com a iniciativa, o Brasil se tornou o primeiro país a oferecer a vacina no sistema público de saúde. Em clínicas privadas, a Qdenga também está disponível. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou no sábado (3) que está prevista a ampliação da campanha. Ela também comentou que há situações epidêmicas em alguns municípios brasileiros, mas não em nível nacional.

Questionada sobre a distribuição das 750 mil doses que chegaram ao País em 20 de janeiro e o início da aplicação, Nísia disse que não há uma data definida. Ao todo, 521 cidades devem receber as doses em breve, tendo como foco crianças e adolescentes na faixa de 10 a 14 anos, segmento etário mais restrito que o previsto originalmente.

(Marcello Campos)

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