Terça-feira, 11 de novembro de 2025

Roberta Dalcin é eleita primeira mulher presidente da SBAIT

A eleição da professora Roberta Dalcin como presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT) representa um marco histórico para a medicina brasileira. Com 33 anos de formação e mais de três décadas dedicadas à cirurgia do trauma, Roberta será a primeira mulher a liderar a entidade, fundada há mais de 40 anos. Sua posse está prevista para janeiro de 2026, e sua trajetória é marcada por excelência acadêmica, atuação clínica e compromisso com a formação de novos profissionais.

Liderança e inovação na SBAIT

Atualmente vice-presidente da SBAIT, Roberta compõe uma chapa com oito especialistas que atuam em conjunto para fortalecer a especialidade. A SBAIT reúne hoje 354 sócios ativos, entre cirurgiões do trauma, cirurgiões gerais, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais do atendimento pré-hospitalar. A entidade tem como missão liderar, inspirar e capacitar profissionais na prevenção e cuidado às vítimas de trauma — principal causa de morte no Brasil entre 1 e 40 anos.

Roberta enfatiza que o atendimento ao traumatizado exige uma equipe multidisciplinar e integrada. “Seja um atropelamento, queda ou ferimento por arma, é preciso conhecimento técnico e coordenação. Nosso objetivo é disseminar boas práticas e qualificar profissionais em todo o país”, afirma.

Educação médica como ferramenta de transformação

A professora leciona a disciplina de Emergência e Trauma no curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, instituição pioneira na inclusão da disciplina de Trauma no currículo. Roberta destaca que a formação médica deve preparar o aluno para agir diante de emergências, muitas vezes sendo o primeiro a atender o paciente.

O Centro de Simulação Clínica da Ulbra, com simuladores de alta fidelidade, proporciona aos estudantes experiências práticas que simulam situações reais. “Essa vivência fortalece a formação e aproxima os alunos da realidade do atendimento em trauma”, explica Roberta.

Consolidação da cirurgia do trauma como especialidade

Um dos principais objetivos da nova gestão da SBAIT será consolidar a cirurgia do trauma como especialidade médica reconhecida, atualmente considerada apenas uma área de atuação da cirurgia geral. Roberta acredita que essa mudança permitirá maior valorização dos profissionais e fortalecimento das políticas públicas voltadas ao atendimento de urgência.

“Com mais especialistas oficialmente formados, poderemos garantir espaços adequados de atuação e melhorar a qualidade do atendimento às vítimas de trauma”, afirma.

Representatividade feminina e inspiração para novas gerações

A eleição de Roberta também simboliza o avanço da presença feminina na medicina, especialmente em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como a cirurgia. Ela lembra que, quando iniciou sua formação, havia poucas mulheres na área, mas esse cenário vem mudando. “Hoje vemos mais mulheres nas faculdades e nas equipes de cirurgia. O importante é buscar o lugar por mérito e preparo. Todos são capazes”, destaca.

Roberta costuma reforçar essa mensagem às suas alunas: “Se você chegou à faculdade de medicina, é capaz. As conquistas vêm com estudo, dedicação e persistência.”

Além de professora na Ulbra, Roberta coordena as residências médicas no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, sendo reconhecida nacionalmente por sua atuação na cirurgia do trauma. Sua trajetória inspira não apenas pela competência técnica, mas pelo compromisso com a educação e com o fortalecimento da cultura de trabalho em equipe — valores que também norteiam a SBAIT.

Um novo capítulo para a SBAIT e para a medicina brasileira

A eleição de Roberta Dalcin inaugura um novo capítulo na história da SBAIT, com foco na valorização da especialidade, na formação de profissionais e na ampliação da representatividade. Sua liderança promete consolidar avanços importantes na medicina de emergência e trauma, reforçando o papel da educação como motor de transformação social.

Como ela mesma afirma: “É gratificante ver essa cultura sendo fortalecida na universidade, onde os futuros médicos aprendem a atuar de forma integrada para salvar vidas.” (por Gisele Flores)

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