Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de novembro de 2025
Rodrigo Paz Pereira e Edmand Lara tomaram posse neste sábado (8) dos cargos de presidente e vice-presidente da Bolívia, respectivamente. Com isso, chegou ao fim um ciclo de quase 20 anos de governadores de esquerda, primeiro da mão de Evo Morales e depois de Luis Arce.
Lara foi o primeiro a chegar à Plaza Murillo para o ato. Ele vestiu-se com o traje de gala da Polícia Boliviana e, antes de entrar na Assembleia Legislativa para o juramento, realizou saudações de corte policial. O agora vice-presidente é um ex-policial transformado na estrela do TikTok por seu discurso anticorrupção.
Além de ser vice-presidente após seu juramento, Lara também atuará como presidente da Assembleia Legislativa. Em continuação, Lara deu início à sessão legislativa como ato que antecede a tomada de posse de Paz e saúde a todos os convidados, um por um, entre eles (na ordem de menção):
Javier Milei, presidente da Argentina.
Gabriel Boric, presidente do Chile.
Daniel Noboa, presidente do Equador.
Santiago Peña, presidente do Paraguai.
Yamandú Orsi, presidente do Uruguai.
Christian Wulff, ex-presidente da Alemanha.
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil.
Mary Denisse Munive, vice-presidente da Costa Rica.
Félix Ulloa, vice-presidente de El Salvador.
Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia.
Ministros das Relações Exteriores, delegados e embaixadores de décadas de países mais, entre eles Christopher Landau, subsecretário de Estado dos Estados Unidos
Representantes de organismos internacionais.
Lara também fez menção aos ex-presidentes bolivianos presentes na cerimônia, entre eles Jaime Paz Zamora (pai de Paz Pereira), Jeanine Áñez (liberada nesta semana da prisão) e Jorge “Tuto” Quiroga (quem enfrentou Paz nas últimas eleições).
O vice-presidente fez uma pausa de alguns minutos na sessão para a chegada de Rodrigo Paz. Com isso, chegou o momento da tomada de posse do novo presidente da Bolívia.
Diferente de Lara, Paz Pereira chegou à Plaza Murillo vestido de traje preto, camisa branca e uma gravata azul em tom acinzentado. Paz Pereira decidiu caminhar para a Assembleia Legislativa sem um parágrafo de médio porte. A luz foi constante durante toda a cerimônia.
Já dentro da Assembleia, Lara foi o incumbido de fazer o juramento de paz. Paz iniciou seu discurso inaugural com agradecimentos: tanto para os convidados no ato como para sua família e para o vice-presidente.
No entanto, o primeiro agradecimento do presidente da Bolívia foi para a Pachamama (Mãe Terra) pela chuva que cobriu a zona neste sábado.
“Ela está realizando uma purificação, está nos abençoando. E isso significa que é um bom momento, é um bom presságio”, disse Paz ao iniciar seu primeiro discurso como presidente. Além disso, uma boa parte de seu discurso se concentrou em uma crítica aos últimos 20 anos de governos de esquerda.
“Nunca mais uma Bolívia isolada, alguma coisa com ideologias fracassadas, nem muito menos uma Bolívia de espada no mundo”, asseverou Paz. O presidente da Bolívia disse que é o centro da conversa com a verdade e garantiu que receberia um país “devastado”.
“Nos deixaram uma economia quebrada com as reservas internacionais mais baixas em 30 anos. Nos deixaram a inflação, escassez, desvalorização, desconfiança. Nos deixaram um estado paralisado, um monstro burocrático incapaz de servir ao povo. Nos deixaram filas intermináveis para conseguir combustível, mercados vazios, salários que não alcançam. Nos deixaram uma nação cansada, dividida, endividada moral e material. Nos deixam a pior crise das últimas quatro décadas”, enfatizou Paz.