Sábado, 15 de novembro de 2025

Roubalheira nas aposentadorias: presidente da CPMI diz que novas prisões vão ocorrer

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que novas prisões de investigados na Operação Sem Desconto vão ocorrer. Viana também disse que há interessados em fazer delação premiada sobre a fraude no INSS.

“Isso é só o começo. Tem muita gente que ainda vai ser presa. Tem muita estrutura pública que vai cair. Tem muita verdade que vai aparecer”, disse no X (antigo Twitter).

“Há outras pessoas dispostas a fazer delação, inclusive a esta CPMI”, afirmou ele a jornalistas, quando questionado sobre um possível acordo de colaboração do empresário Maurício Camisotti – apontado como um dos principais articuladores do esquema, de acordo com a Polícia Federal.

“Primeiro núcleo”

Viana afirmou ainda que as investigações da PF devem se voltar agora para o que ele chamou de “primeiro núcleo”, que seria “formado por políticos, pessoas que de governo a governo ajudaram, incentivaram ou indicaram esses servidores (suspeitos de envolvimento no esquema)”.

“Os dois parlamentares não são os únicos. Há outros parlamentares que têm envolvimento e prestarão depoimentos no momento certo ao STF. Se a comissão entender que será necessária a convocação, ela será feita”, afirmou o presidente da CPI. Questionado sobre quais seriam os outros parlamentares, o senador disse que não poderia informar.

Em entrevista ao Estadão em setembro, pouco após o início da CPI, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), disse estar “muito convicto” de que a investigação chegaria a deputados e senadores. Em outubro, Gaspar declarou que gostaria de convocar o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

Weverton mantém como administrador de uma de suas empresas o empresário Rodrigo Martins Correa, que também figura como sócio da Voga, firma que fazia a contabilidade dos negócios de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, inclusive das offshores. Na ocasião, o senador do PDT afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Voga presta serviços para ele há mais de dez anos e que desconhece os demais clientes dela.

Quebra de sigilos

Na quinta-feira (13), a CPMI aprovou a convocação e quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático do deputado estadual do Maranhão Edson Araújo (PSB), alvo de operação da PF. O colegiado também aprovou o pedido de prisão de mais duas pessoas.

Araújo presidiu uma entidade de pescadores responsável por descontos associativos e já foi acusado pelo vice-presidente da comissão, deputado Duarte Júnior (PSB-MA), de ser beneficiário do esquema.

Em sessão da CPMI, Duarte acusou Araújo de receber “quase R$ 5 milhões” por meio da Federação das Colônias de Pescadores do Maranhão e pediu a expulsão dele do partido. Após essa declaração, o deputado estadual fez ameaças a Duarte por mensagens. “Palhaçada. Quer aparecer. Lugar de palhaço é no circo”, disse Araújo.

Duarte respondeu pedindo respeito e Araújo começou a fazer ameaças, como mostram as mensagens. “Nunca recebi nada de aposentado. Nós ainda vamos nos encontrar”, disse Araújo. “Você está me ameaçando?”, perguntou Duarte. “Tô, por quê? Você é um m. irresponsável”, respondeu Araújo.

A CPMI autorizou pedidos de prisão do empresário Igor Delecrode e de Americo Monte, ex-presidente da ABCB/Amar Brasil, entidades suspeitas de participação no esquema. Viana anunciou que, a partir da próxima semana, a comissão começa a investigar aspectos políticos, e deixará de votar requerimentos consensuais. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Fraude no INSS: governo usa ex-ministro de Bolsonaro para conter desgaste a Lula
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play