Por Redação do Jornal O Sul | 10 de novembro de 2025
Na COP30, realizada pela primeira vez no Brasil, o governo do Rio Grande do Sul apresenta uma das agendas mais robustas entre os estados brasileiros. A conferência, sediada em Belém (PA) desde o dia 10 de novembro, reúne representantes de quase 200 países, além de governos locais, empresas, pesquisadores e organizações civis, com o objetivo de fortalecer compromissos globais frente à crise climática. A comitiva gaúcha participa de mais de 30 painéis e eventos, destacando iniciativas de reconstrução resiliente e transição energética justa.
A presença do Estado na COP30 marca uma virada histórica na atuação internacional do governo gaúcho. Até poucos anos atrás, o Rio Grande do Sul não figurava entre os protagonistas das negociações climáticas. Desde a COP26, em Glasgow, em 2021, o Estado passou a integrar o debate global, assumindo metas ambiciosas: reduzir 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Entre 2021 e 2023, as emissões líquidas já caíram 26,8%, segundo dados oficiais.
Na atual edição da conferência, o foco da delegação está em dois eixos centrais: a reconstrução pós-enchentes e a transição energética nas regiões carboníferas. O Plano Rio Grande, lançado após os eventos climáticos extremos de 2024, será apresentado como modelo de resposta humanitária e desenvolvimento inclusivo. A Secretaria da Reconstrução Gaúcha participa do painel “Resposta à Emergência Climática no RS: Lições Operacionais”, enquanto o governo estadual lidera o debate “Plano Rio Grande: reconstrução e resiliência climática”.
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), comandada por Marjorie Kauffmann, também tem papel de destaque. A pasta participa de painéis sobre cidades sustentáveis e soluções baseadas na natureza, além de integrar a “Casa da Biodiversidade & Clima”, espaço oficial da COP30. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) reforçam a presença técnica do Estado, com contribuições em temas como adaptação de ecossistemas e financiamento verde.
A educação ambiental também ganha espaço na agenda gaúcha. A Secretaria da Educação realiza visita técnica à Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, referência nacional em práticas sustentáveis na região das ilhas de Belém. O foco será o ensino da primeira infância com ênfase em justiça climática, natureza e alfabetização.
Na quarta-feira (12/11), a Agência InvestRS participa do painel “Acelerando a transição: O Papel da Eletromobilidade na Descarbonização”, enquanto no domingo (16/11), a Secretaria da Agricultura e a Sema debatem o papel da erva-mate na descarbonização e conservação florestal. O governador Eduardo Leite também apresenta os resultados do edital de hidrogênio verde, reforçando o compromisso com fontes limpas de energia.
A Defesa Civil do Estado participa de reuniões técnicas e painéis sobre redução de riscos de desastres, incluindo uma apresentação no espaço da ONU sobre a experiência gaúcha nas enchentes de 2024. A troca de experiências com outras Defesas Civis estaduais e a SEDEC Nacional visa aprimorar protocolos de resposta e prevenção.
A COP30 representa um marco para o Rio Grande do Sul, que amplia sua atuação internacional e se consolida como referência em políticas climáticas subnacionais. A participação ativa em Belém reforça o compromisso do Estado com uma transição justa, sustentável e inclusiva — e projeta o RS como líder regional na construção de soluções para o futuro do planeta. (por Gisele Flores)
