Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Rússia acusa governo Trump de “pirataria” por bloqueio à Venezuela

A Rússia acusou os Estados Unidos nesta quinta-feira (25) de promover “pirataria” e “banditismo” no Mar do Caribe ao bloquear a Venezuela, informou a agência de notícias Reuters.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que as ações norte-americanas representam uma retomada de práticas de anarquia na região e alertou para o risco de agravamento da crise.

A porta-voz da chancelaria, Maria Zakharova, declarou que o bloqueio equivale ao “roubo de propriedade alheia” e defendeu a necessidade de desescalada.

Segundo ela, Moscou espera que o “pragmatismo e a racionalidade” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contribuam para a busca de soluções aceitáveis para todas as partes, em conformidade com o direito internacional.

Zakharova também reiterou o apoio da Rússia aos esforços do governo de Nicolás Maduro para preservar a soberania, os interesses nacionais e garantir um desenvolvimento estável e seguro da Venezuela.

“Hoje, testemunhamos uma completa anarquia no Mar do Caribe, onde o roubo de propriedade alheia — ou seja, a pirataria e o banditismo, há muito esquecidos — estão sendo revividos. Defendemos consistentemente a desescalada e esperamos que o pragmatismo e a racionalidade do presidente dos EUA, Donald Trump, permitam encontrar soluções mutuamente aceitáveis para as partes, dentro das normas jurídicas internacionais. Confirmamos ainda nosso apoio aos esforços do governo de Nicolás Maduro para proteger a soberania e os interesses nacionais, bem como para manter um desenvolvimento estável e seguro do país”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

O navio petroleiro ligado à Venezuela que foi cercado pela Guarda Costeira no último domingo (21) ainda não foi apreendido pelo governo norte-americano.

Nesta quarta-feira (24), a agência de notícias Reuters informou que a Guarda Costeira dos EUA ainda aguardava a chegada de forças adicionais para abordar e apreender o navio Bella 1. Além disso, a agência Bloomberg, citando uma fonte próxima à operação, informou que o Bella 1 não estava carregado de petróleo e navegou de volta ao oceano Atlântico.

O petroleiro não deve retornar à Venezuela. Segundo a Bloomberg, o petroleiro sancionado foi abordado inicialmente próximo a Barbados, no mar do Caribe.

Devido às más condições do tempo, foi orientado a seguir para águas mais calmas para ser apreendido. Um oficial dos EUA disse que “a Guarda Costeira não desistiu de apreender o petroleiro e que existe uma ordem judicial de apreensão para ele”.

Um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato à Reuters, disse que os agentes da Guarda Costeira no porta-aviões Gerald Ford eram de uma Equipe de Resposta de Segurança Marítima e que, naquele momento, estavam longe demais do Bella 1 para realizar uma operação de abordagem.

A perseguição ao Bella 1 mostra o “descompasso entre o desejo do governo Trump de apreender petroleiros sancionados nas proximidades da Venezuela e os recursos limitados da agência que conduz principalmente as operações, a Guarda Costeira”, diz a Reuters.

Nas últimas semanas, a Guarda Costeira apreendeu dois petroleiros perto da Venezuela, aumentando a pressão do governo Trump sobre Nicolás Maduro.

Na quarta-feira (24), a Reuters também informou que a Casa Branca ordenou que as forças militares dos EUA se concentrem quase exclusivamente em deixar a Venezuela em estado de “quarentena”.

A autoridade, falando sob condição de anonimato, disse que a ordem da Casa Branca foi para que as forças dos EUA se concentrassem quase exclusivamente “na quarentena do petróleo venezuelano por pelo menos os próximos dois meses”

A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.

 

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