Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de abril de 2022
O Ministério da Defesa da Rússia disse, nesta quarta-feira (27), que seus mísseis Kalibr atingiram um depósito de armas na região de Zaporíjia, no Sudeste da Ucrânia, que abrigaria armas dos EUA e de países europeus. A suposta ação ocorreu no mesmo dia em que Moscou cortou o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária, uma decisão que a União Europeia classificou de chantagem.
O ministério — que afirmou que sua força aérea destruiu 59 alvos militares ucranianos durante a noite — disse que os mísseis “destruíram hangares com um grande lote de armas e munições estrangeiras fornecidas às tropas ucranianas pelos Estados Unidos e países europeus”. Não foi possível confirmar de forma independente a alegação russa, que não dizia quais tipos de armas estavam alojadas nos hangares.
A Rússia alertou os Estados Unidos que grandes entregas ocidentais de armas para a Ucrânia estariam alimentando o conflito, que já dura nove semanas.
Os Estados Unidos e a Otan (aliança militar liderada pelos EUA) descartaram enviar suas próprias forças para a Ucrânia, mas Washington e seus aliados europeus vêm fornecendo grandes quantidades de armas a Kiev, incluindo drones e mísseis antiaéreos e antitanque.
O conflito, que entrou no terceiro mês, é cada vez mais intenso no Leste e Sul da Ucrânia, onde a Rússia concentra atualmente seus esforços militares.
O ministério ucraniano da Defesa informou que as tropas russas tomaram o controle de várias localidades do Leste, tanto na região de Kharkiv quanto em Donetsk.
Mas o conflito também pode afetar o Oeste da Europa, após várias explosões na região moldava de Transnístria, na fronteira com a Ucrânia e ocupada pelas forças de Moscou há décadas.
As autoridades dessa região separatista afirmaram que Cobasna, uma localidade na fronteira com a Ucrânia e com importantes depósitos de munições do Exército russo, foi alvo de disparos nesta quarta.
Drones
Nas primeiras horas desta quarta, autoridades de pelo menos três cidades no Sul da Rússia, em áreas próximas à Ucrânia, reportaram várias explosões e investigam se foram provocadas por drones — veículos aéreos não tripulados — ucranianos. Os casos se somam a outros supostos ataques que, embora não reivindicados por Kiev, sugerem que a guerra pode estar se espalhando para dentro do território russo.
O primeiro dos incidentes, e considerado o mais grave, ocorreu em Belgorod, onde houve um incêndio em um depósito de munições nos arredores da cidade.
“Por volta das 3h35 da manhã, acordei com um grande estouro que soou como uma explosão. Enquanto escrevia essa publicação, outros três estrondos foram ouvidos”, escreveu, no Telegram, Vyacheslav Gladkov, governador da oblast (região) de Belgorod. “Até o momento, não foram encontradas as causas para o barulho.”
De acordo com a agência Tass, o incêndio foi controlado e não há feridos, tampouco sinais de estragos semelhantes ao redor de Belgorod.
Em Kursk, cidade também próxima à fronteira ucraniana, o governador regional, Roman Starovoyt, relatou explosões similares e disse que os sistemas de defesa aérea foram acionados, e conseguiram interceptar o que seria um drone pertencente à Ucrânia. Em Voronezh, foram relatadas duas explosões, e as autoridades locais afirmam ter destruído uma pequena aeronave não tripulada de reconhecimento.
Logo após os incidentes, o Comitê de Investigação da Federação Russa afirmou que despachou equipes para as cidades, acusando diretamente a Ucrânia.
“O presidente do Comitê de Investigação da Rússia instruiu a documentar os fatos das ações ilegais das Forças Armadas da Ucrânia no território das regiões de Kursk e Voronezh. Os investigadores foram ao local do incidente para esclarecer suas circunstâncias”, disse o comunicado, citado pela agência Tass.