Domingo, 19 de outubro de 2025

Rússia faz reorganização de tropas e Ucrânia retoma territórios

Segundo relatório divulgado nesta semana pela inteligência do Reino Unido, que tem acompanhado as movimentações da guerra na Ucrânia, a Rússia está redistribuindo de 1.200 a 2.000 elementos de suas forças da Geórgia para reforçar as tropas em solo ucraniano.

Além disso, o documento analisa que é “altamente improvável” que a Rússia planejasse esse tipo de movimentação, o que é um indicativo de perdas inesperadas durante a guerra.

Segundo informações obtidas pela Casa Branca, o presidente russo Vladimir Putin está “mal informado” sobre o andamento da guerra na Ucrânia. Um dos motivos para isso seria que seus principais assessores têm medo de dizer a verdade a ele.

Em compensação, o exército ucraniano recuperou o controle da região de Kiev, conforme anunciou, na noite de sábado (2), a vice-ministra da Defesa do país. Em uma publicação nas redes sociais, Hanna Malyar confirmou a retirada das tropas russas que estavam posicionadas ao redor da capital.

“As localidades de “Irpin, Bucha, Hostomel e toda a região de Kiev foram libertadas do invasor”, escreveu a vice-ministra da Defesa em sua conta no Facebook. Ao mesmo tempo, a presidência ucraniana anunciava se preparar, agora, para grandes batalhas no leste e no sul da ex-república soviética invadida pela Rússia, há mais de um mês.

Mais cedo, um conselheiro da presidência, o ucraniano Oleksi Aresovitch, já havia indicado que as forças ucranianas tomaram mais de 30 cidades e vilarejos localizados nas proximidades de Kiev. Todas essas cidades foram devastadas pelos combates que ocorreram após o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

O presidente Volodymyr Zelensky acusou as tropas russas de terem deixado para trás vários prédios minados, equipamentos abandonados e corpos em sua retirada, nos últimos dias, no norte da Ucrânia. “Eles minaram todo este território. As casas estão minadas e até os cadáveres”, afirmou em um vídeo publicado neste sábado.

Mais de 1.500 artefatos explosivos foram encontrados em um único dia na aldeia de Dmytrivka, a oeste de Kiev. Serviços de emergência da área alertaram os habitantes para que tenham o maior cuidado ao regressarem para as suas casas.

Liberdade minada

Jornalistas da AFP puderam entrar em Bucha, também recentemente “libertada” e que estava inacessível à imprensa há quase um mês. As forças russas estão operando uma “retirada rápida” das regiões de Kiev e Cherniguiv, no norte da Ucrânia, com o objetivo de redistribuir suas forças no leste e sul, segundo o governo ucraniano.

Com a confirmação da retirada russa do norte da Ucrânia, todos os olhares se voltam agora para o leste do país, onde a Rússia já mostrou a sua ambição de assumir o controle de toda a região de língua russa do Donbass. Moscou reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk.

Observadores acreditam que batalhas em grande escala devem ocorrer na região, especialmente pelo controle da cidade sitiada de Mariupol. Confrontos são esperados, também, mais a sul, em direção ao porto estratégico de Odessa, estimou o assessor da presidência da Ucrânia. “Não tenhamos ilusões: ainda há intensas batalhas pelo sul, por Mariupol, pelo leste da Ucrânia”, afirmou Oleksi Arestovitch à televisão estatal.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, repetiu neste sábado, em entrevista à televisão belarussa, que Moscou pretendia “salvar” as repúblicas separatistas do leste da Ucrânia e restabelecer as fronteiras regionais de antes de 2014.

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