Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Saiba mais sobre o carnaval clandestino dos cariocas

Apesar de não autorizado oficialmente – por causa do risco de novas ondas de contágio pelo coronavírus e de suas variantes – o Carnaval acabou acontecendo no Rio de Janeiro, ao menos no que se refere à folia de rua. Nos últimos dias, diversos blocos clandestinos ocuparam as ruas da zona portuária carioca, configurando-se assim uma espécie de “evento clandestino” do qual todos estão sabendo. Inclusive as autoridades.

Com o adiamento da festa pela prefeitura. Mas boa parte da população deu de ombros. O fim de semana teve bailes fechados, festas em quadras de agremiações e blocos que desafiam as regras. Houve até um minidesfile das escolas de samba do Grupo Especial, longe da Marquês de Sapucaí.

Em evento organizado pela Liga das Escolas de Samba (Liesa) na Cidade do Samba, seis escolas se apresentaram na noite de sábado (26). Foi uma prévia do que será o desfile oficial deste ano, transferido para o feriado de Tiradentes, em abril.

Imperatriz Leopoldinense, São Clemente, Vila Isabel, Salgueiro e Beija-Flor fizeram apresentações no palco, com cerca de 150 integrantes cada. Eram passistas, ritmistas, baianas, mestre-sala e porta-bandeiras e Velhas Guardas. Cantaram seu antigos sucessos e os sambas compostos para este ano.

Além das apresentações no palco da Cidade do Samba, as agremiações fizeram pequenos desfiles na pista que circunda a praça central do espaço, voltado à produção de alegorias e fantasias. A pista ganhou um tratamento similar ao recebido pelo Sambódromo, com pintura e iluminação cênicas. Houve até queima de fogos abrindo as apresentações, como também ocorre na Marquês de Sapucaí. De acordo com os organizadores, o evento reuniu 5 mil pessoas.

Na noite deste domingo (27), às 19h se apresentaram em sequência Paraíso do Tuiuti, Unidos da Tijuca, Mangueira, Mocidade Independente, Grande Rio e Viradouro – campeã do carnaval de 2020, o último antes do agravamento da pandemia. A apresentação do evento ficou a cargo do carnavalesco e comentarista Milton Cunha.

As quadras das escolas de samba também realizaram eventos fechados no sábado e domingo, mediante apresentação do passaporte vacinal. O “CarnaPortela” teve com atrações como a cantora Alcione. No Salgueiro, vários blocos se apresentaram no “CarnaSal”. E a Mangueira fez um evento no Palácio do Samba, acompanhado do bloco Céu na Terra.

Os bailes fechados, que também estão autorizados mediante apresentação do passaporte vacinal, foram outra alternativa para os blocos que não puderam se apresentar nas ruas. Só o Cordão da Bola Preta, um dos mais tradicionais blocos do Carnaval do Rio, tinha 13 apresentações agendadas, duas delas no domingo.

Tentativa de combate

Mesmo assim, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) registrou pelo menos três blocos não oficiais, desmobilizados por agentes da Guarda Municipal no sábado, no Centro do Rio. Conforme a assessoria do órgão, a dispersão tem sido feita à base de conscientização e diálogo, evitando qualquer tipo de conflito ou repressão.

Em algumas situações o bloco até se reúne em outros locais após a dispersão e é necessária uma nova intervenção, mas geralmente sem uso da força. E segue o baile.

Em outros Estados, alguns blocos tentaram sair às ruas, mesmo como forma de protesto e com eventos temáticos proibidos. Um grupo assim se reuniu na Asa Norte, em Brasília, na noite de sexta-feira (25). Em Belo Horizonte (MG), agremiações sem apoio financeiro saíram pela zona leste e pelo centro. Em Olinda (PE), bares foram fechados e foliões levados à delegacia.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Colheita de soja já atinge 45% da área plantada
Sobe para 231 o número de mortos pela tragédia em Petrópolis. Ao menos 20 pessoas continuam desaparecidas
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play