Quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Saiba o que mudou nas penitenciárias federais após a fuga de detentos de Mossoró

Desde a fuga de dois presos no dia 14 de fevereiro, a Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e as outras quatro unidades federais de segurança máxima do País passaram por uma série de “providências, revistas e vistorias”, afirmou o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia.

Os fugitivos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça foram recapturados na quinta-feira (4), em Marabá (PA). A cidade fica a 1,6 mil quilômetros de distância de Mossoró.

Os dois presos retornaram ainda na noite de quinta para a Penitenciária Federal de Mossoró para o cumprimento das penas. Desde a fuga da dupla, a unidade passou por algumas mudanças.

Segundo o secretário, entre as medidas tomadas estão a troca de iluminação e a compra de novas câmeras de monitoramento para todas as unidades federais de segurança máxima. Também estão sendo construídas muralhas nas cinco cadeias federais.

Na Penitenciária de Mossoró, houve a transferência de presos para outras unidades, a instalação de reforços nas grades das luminárias das celas e a aplicação de cursos e treinamentos de capacitação para os policiais penais.

Em entrevista, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, disse que “o sistema penitenciário federal não é mais o mesmo” desde a fuga, que foi a primeira na história do sistema, criado em 2006.

“As câmeras foram adquiridas e estão sendo instaladas a medida que chegam dos fornecedores. São 10 mil câmeras que foram adquiridas recentemente. Parte delas vai ser trocada e vai reforçar todo o parque de monitoramento das unidades que compõem o sistema penitenciário federal”, disse.

Barras de ferro em luminárias

Uma das medidas tomadas na Penitenciária Federal de Mossoró após a fuga foi a instalação de barras de ferro nas luminárias das celas. Deibson e Rogério conseguiram escapar das celas individuais ao arrancarem essas luminárias e passarem pela brecha deixada.

O secretário nacional de Políticas Penais disse também que os “procedimentos foram reforçados” nas penitenciárias federais. Um relatório divulgado na terça-feira (2) pela Corregedoria-Geral da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) apontou que houve falhas de procedimentos carcerários que contribuíram para a fuga.

“As revistas são diárias em todas as unidades. Os problemas estruturais que foram apontados foram corrigidos. Estamos determinados, como disse desde o dia do evento, que esse fato seja irrepetível, que não vai acontecer mais no sistema penitenciário federal”, disse o secretário André Garcia.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também enviou, em fevereiro, cerca de 50 profissionais da Força Penal Nacional para reforçar a segurança no entorno da Penitenciária Federal de Mossoró e realizar treinamentos e cursos de capacitação para os servidores da unidade. A previsão é de que a Força Penal Nacional fique por 60 dias na unidade.

Outra medida tomada pelo Ministério da Justiça após a fuga de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça foi a transferência de presos. Desde o dia 14 de fevereiro, pelo menos 38 detentos foram transferidos da Penitenciária Federal de Mossoró, entre eles Fernandinho Beira-Mar, chefe do Comando Vermelho, a mesma facção a qual pertencem os fugitivos.

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