Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Saiba quem é o coronel do Exército afastado pelo Tribunal Superior Eleitoral da fiscalização das urnas eletrônicas

Afastado da comissão militar de fiscalização das urnas eletrônicas por determinação do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o coronel Ricardo Sant’Ana é formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e especialista em defesa a ataques cibernéticos. No espectro político, ele é um crítico ferrenho ao Partido dos Trabalhadores (PT) e reproduz o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a falsa inconfiabilidade do sistema de votação.

Sant’Ana é chefe da Divisão de Sistemas de Segurança e Cibernética da Informação no Exército, de acordo com seu perfil no LinkedIn. Segundo o currículo do coronel na plataforma Lattes, ele possui mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em machine learning aplicado à análise de malware, ambos pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Sant’Ana também tem uma especialização em andamento sobre criptografia e segurança de redes pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O coronel é especialista, ainda, em linguagens de programação, processamento de voz e arquitetura de sistemas.

O ministro Fachin enviou ofício ao ministro da defesa, Paulo Sérgio Nogueira, comunicando o descredenciamento de Sant’Ana como representante da pasta na fiscalização das eleições. O magistrado argumentou ser imprescindível a “isenção dos que se arvoram como fiscalizadores”.

Em nota, o Ministério da Defesa afirma que “o trabalho da equipe das Forças Armadas no âmbito da fiscalização do sistema eletrônico de votação é técnico e realizado de forma coletiva por seus integrantes, além de ser estritamente institucional”, e ressalta que “não há interferência das posições pessoais dos integrantes no trabalho da equipe”. Em outro trecho do comunicado, diz que “já no fim de semana passado o Exército havia decidido selecionar um novo integrante para a equipe em substituição ao atual. Assim que a seleção estiver concluída, o TSE será informado a respeito”.

O coronel usava seus perfis nas redes sociais para disseminar desinformação sobre as urnas e desacreditar a segurança do sistema eletrônico, do qual ele seria fiscalizador, em linha com o discurso adotado pelo presidente Bolsonaro. Após a revelação, a conta do militar foi excluída da plataforma onde ele fazia essas publicações.

Em uma das postagens, o oficial comparou a segurança dos dispositivos eletrônicos de votação com uma loteria e ainda escreveu que “nenhum país desenvolvido adotou este sistema”. Além do Brasil, nações como França e Estados Unidos também utilizam urnas eletrônicas. O processo eleitoral brasileiro é reconhecido internacionalmente como um dos mais seguros e confiáveis do mundo.

O coronel também costumava compartilhar publicações de páginas bolsonaristas e fazer críticas contundentes ao PT. Em uma publicação compartilhada por Sant’Ana, a frase em destaque é “votar no PT é exercer o direito de ser idiota”. Contudo, o documento encaminhado por Fachin não foca na questão política, somente no fato de o militar compartilhar fake news sobre as urnas.

“A posição de avaliador da conformidade de sistemas e equipamentos não deve ser ocupada por aqueles que negam prima facie o sistema eleitoral brasileiro e circulam desinformação a seu respeito. Tais condutas, para além de sofrer reprimendas normativas, têm sido coibidas pelo TSE através de reiterados precedentes jurisprudenciais”, diz o documento.

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