Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de janeiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa quinta-feira (12) em café da manhã com jornalistas que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, permanecerá no cargo e tem a sua confiança. Ao ser questionado sobre a permanência de Múcio após os atos terroristas de domingo (8) — quando o titular da Defesa foi criticado por não antever os riscos das manifestações extremistas —, Lula disse que não pode trocar ministro sempre que algum deles cometer um erro.
“Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio foi eu que trouxe para cá e ele vai continuar sendo meu ministro porque eu confio nele, é um companheiro da minha relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele”, respondeu o presidente, ao ser perguntado sobre a permanência do ministro.
O presidente ainda acrescentou durante a resposta:
“Se eu tiver que tirar cada ministro a hora que ele cometer um erro, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil. Todos nós cometemos erros. Então, o Zé Múcio vai continuar.”
No café, Lula disse que as Forças Armadas não são um poder moderador:
“As Forças Armadas, elas não são Poder Moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas tem um papel na constituição que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos. É isso que o papel da Forças Armadas e está definido na nossa Constituição. E isso que eu quero que eles façam bem feitos”, disse o presidente.
Lula admitiu ter recebido sugestão de decretar uma operação Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Distrito Federal, mas relata ter recusado imediatamente.
“Eu teria assumido a responsabilidade de abandonar a minha responsabilidade. Aí sim estaria acontecendo golpe que as pessoas queriam. O Lula deixa de ser governo para que algum general assuma o governo. Quem quiser assumir o governo dispute uma eleição e ganhe. É por isso que eu não fiz GLO.”
O presidente disse ter optado pela intervenção na segurança pública do Distrito Federal porque os policiais locais são pagos com dinheiro da União.
Conivência
No encontro com jornalistas, Lula acusou ainda “gente das Forças Armadas” de ter sido conivente com a invasão do Palácio do Planalto e afirmou estar convencido de que as portas foram abertas. Ele disse ainda que não pode ficar “nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz” no Palácio.
“Eu ainda não conversei com as pessoas a respeito disso. Eu estou esperando a poeira baixar. Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muito gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui”, disse Lula.