Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de outubro de 2025
A sentença de Sean “Diddy” Combs foi anunciada nesta sexta-feira (3) pelo juiz Arun Subramanian. O músico foi condenado a 50 meses de prisão — ou seja, 4 anos, 1 mês e 28 dias, período do qual ele já cumpriu 1 ano e 17 dias (ele está preso desde setembro de 2024). Além da cadeia, a punição anunciada determina que ele deverá pagar uma multa de US$ 500.000.
Em julho, Diddy havia sido condenado por duas das cinco acusações que enfrentava. Símbolo do hip-hop dos anos 1990, o magnata foi considerado culpado de duas acusações de transporte para fins de prostituição, mas foi declarado inocente das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão.
As penas dos crimes pelos quais Diddy foi condenado podiam chegar a 20 anos de prisão. Enquanto a promotoria afirmava que a condenação recomendada pelo governo seria de 135 meses (pouco mais de 11 anos), a defesa de Combs defendia que o rapper deveria cumprir, no máximo, 14 meses de prisão. Já o juiz sugeria que a faixa de sentença recomendada era de 70 a 87 meses (entre 6 e 7 anos) de prisão.
A audiência desta sexta aconteceu em um tribunal de Nova York (EUA). Dezenas de pessoas aguardavam o resultado da sentença em frente ao local, horas antes do início da leitura da pena.
Segundo a CNN americana, durante o anúncio da pena, o juiz disse que a prisão de Diddy será um “período difícil” para o músico, porque ele ficará longe de sua família. “Essas cartas, todas aquelas cartas que vi, mostram que você tem um universo de pessoas que te amam”, disse o juiz. “Deixe que elas te elevem agora, assim como você as elevou por tantos anos.”
Ele também agradeceu às vítimas por testemunharam. “Para a Sra. Ventura, Jane e as outras vítimas que se apresentaram aqui, só posso dizer: suas famílias estão orgulhosas de vocês. Quando tiverem idade suficiente, seus filhos estarão orgulhosos de vocês, e eu estou orgulhoso de vocês por contarem ao mundo o que realmente aconteceu”, disse Subramanian.
Doug Wigdor, advogado de Cassie Ventura, afirmou: “Embora nada possa desfazer o trauma causado por [Sean ‘Diddy’] Combs, a sentença imposta hoje reconhece o impacto das graves ofensas que ele cometeu. Estamos confiantes de que, com o apoio de sua família e amigos, a Sra. Ventura continuará se recuperando, sabendo que sua bravura e força de vontade serviram de inspiração para tantos”.
Diddy está preso desde setembro de 2024, e por mais de uma vez, solicitou libertação sob fiança, mas todos os pedidos foram negados pela Justiça americana.
Já no fim da audiência, Subramanian disse que seria necessária “uma sentença substancial” para deixar claro que o abuso contra mulheres é um crime punido com responsabilidade. Subramanian afirmou que levou em consideração o fato de Diddy ser um artista e empresário que “inspirou e elevou comunidades”. Também descreveu como “icônicos” o trabalho e impacto do rapper na comunidade negra e em termos de empreedorismo.
“Isso é especialmente impressionante, dada a morte violenta e precoce do seu pai e o trauma que isso deve ter deixado”, disse Subramanian. Ele também afirmou que não há dúvidas de que Diddy é dedicado à família.
O juiz, no entanto, disse que “rejeita a tentativa da defesa de caracterizar os ‘Freak Offs’ e aquelas noites em hotel como experiências íntimas consensuais ou apenas uma história de ‘sexo, drogas e rock ‘n’ roll’”.
Em seu discurso de audiência, Diddy disse estar arrependido. “As pessoas podem mudar, eu sei que mudei”, afirmou ele. “Às vezes, não importa quem você era antes, você fica tão abalado, isso simplesmente muda sua trajetória, te transforma, e para melhor. Às vezes, você precisa passar por experiências da vida.”
“Não são desculpas”, disse Combs. “Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro.”
“Vossa Excelência me deu a confiança para acreditar no júri e acreditar que eu não precisava testemunhar”, disse Combs no fim do discurso. “O júri veio e sacrificou seu tempo no verão. Eles sacrificaram tempo com seus filhos, e eu os agradeço pelos veredictos de inocência.”