Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Secretarias de Saúde de Estados de todo o País alertaram o Ministério da Saúde sobre a baixa qualidade de canetas reutilizáveis de insulina

O Ministério da Saúde recebeu uma nova remessa de 321,4 mil canetas reutilizáveis para aplicação de insulina NPH e regular. A distribuição aos Estados começou na sexta-feira (12). Até outubro, mais 2,2 milhões de unidades serão entregues pela empresa, totalizando 2,5 milhões de canetas. A quantidade, conforme o governo, assegura o abastecimento nacional dos pacientes com diabetes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Secretarias de Saúde de Estados de todo o País alertaram o Ministério da Saúde sobre a baixa qualidade de canetas reutilizáveis de insulina que a pasta comprou da empresa chinesa Zhuhai para tratar diabete no SUS.

Antes, canetas de uso único eram o padrão. Das 26 secretarias estaduais, 23 relataram “quebras ou falhas” dos itens. O grupo alertou ainda para o desabastecimento do estoque de insulina na rede pública.

O documento foi enviado ao órgão no último dia 20 pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Procurado, o Ministério da Saúde disse que orienta profissionais e pacientes sobre o produto, e negou desabastecimento.

Na carta, 13 secretarias estaduais disseram ter recebido pedidos para substituir a caneta reutilizável por “quebra, falha ou falta”. O aparelho chinês foi o principal foco das reclamações. Outras 15 secretarias estaduais indicaram risco de desabastecimento da caneta.

Segundo o ministério, o uso de canetas reutilizáveis, compradas da Zhuhai, aconteceu depois que a Novo Nordisk, maior produtora global de insulina, reduziu a produção de canetas descartáveis para focar produtos mais lucrativos, como canetas emagrecedoras.

A GlobalX, representante da Zhuhai, disse que a caneta reutilizável foi registrada na Anvisa após “rigorosa avaliação de segurança, funcionalidade e eficiência”. A Novo Nordisk apontou escassez do medicamento no mercado e disse que negocia a entrega de novos estoques de insulina à pasta.

A caneta reutilizável é indicada para administração das insulinas NPH e regular e tem validade de três anos após o primeiro uso. Somente em 2025, já foram entregues mais de 2,1 milhões de unidades.

“A entrega das canetas reutilizáveis contribui para ampliar a adesão ao tratamento e reforça o compromisso do SUS com os pacientes. No caso da insulina, a rede pública de saúde está devidamente abastecida, mesmo diante da restrição global na produção do medicamento. O Ministério da Saúde recorreu à compra internacional diante da falta do produto no mercado interno. O acesso da população está garantido durante todo o ano”, destacou o coordenador-geral da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, Rafael Poloni.

A atual empresa fornecedora produz canetas do tipo reutilizável, já que há décadas os pacientes estavam acostumados com modelos descartáveis, que já vinham pré-preenchidos.

O refil do medicamento deve permanecer acoplado até o uso da última dose e é exibido o quantitativo do medicamento que deve ser administrado. A mudança de tecnologia exigiu que a empresa disponibilizasse um quantitativo maior de dispositivos.

Ao total, mais de 62 milhões de unidades de insulina já foram entregues aos governos estaduais para distribuição à população em 2025. Outras 7,6 milhões de unidades devem ser enviadas ainda neste ano. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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