Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Seis Estados brasileiros, inclusive o Rio Grande do Sul, já decretaram emergência por causa da alta nos registros de síndrome respiratória

O governo do Estado do Rio Grande do Sul determinou situação de emergência em saúde pública em todo o território devido ao avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. O status, válido por 90 dias, pode ser prorrogado, caso seja necessário.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde explica que, com a medida, os hospitais que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) deverão priorizar a disponibilização de leitos clínicos com suporte ventilatório e de UTIs pediátricas para os casos da síndrome.

As SRAGs quadros graves que levam à hospitalização causados por uma série de infecções respiratórias, em sua maioria pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite infantil, pelo Influenza, que provoca a gripe, e pelo Sars-CoV-2, responsável pela covid. Os dois últimos podem ser prevenidos por meio da vacinação.

Crescimento

No RS, até o último dia 10 de junho, foram registrados 2.806 casos de SRAGs em crianças de até 11 anos, 642 deles internados em UTIs. O número de casos é 23% maior que o observado no mesmo período do ano passado (2.279), e 47% mais alto que o de 2021 (1.905). Antes da pandemia, eram cerca de apenas 700 registros nos primeiros cinco meses ano, número três vezes menor que o atual.

Até agora em 2023, ao menos outros cinco Estados brasileiros (Acre, Amapá, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina) também decretaram emergência frente ao avanço das síndromes respiratórias em crianças. O último foi a Paraíba, em 28 de junho. Pouco antes, no dia 24, o Acre voltou a determinar o status de alerta após já ter decretado anteriormente neste ano, em janeiro.

Dois dias antes, Pernambuco anunciou o cenário de emergência. Na época, a secretaria de Saúde do estado informou que havia 49 crianças aguardando um leito de UTI SRAG, e 10 recém-nascidos na fila por uma UTI Neonatal SRAG.

No início de junho, foi Santa Catarina que declarou o estado emergência, quando mais de 97% dos leitos de UTIs infantis estavam ocupados. No meio de maio, o Amapá implementou o alerta após registrar um aumento de 108% no número de SRAGs em comparação com o mesmo período de 2022.

Implicações

O status de emergência em saúde pública é considerado pelos Estados principalmente por diminuir burocracias e permitir uma maior agilidade na compra de equipamentos, contratação de profissionais e abertura de leitos, medidas necessárias frente à alta de casos.

Além disso, a portaria 756 deste ano, do Ministério da Saúde, instituiu de forma excepcional e temporária um incentivo financeiro de custeio para o atendimento de crianças com SRAG na atenção de Média e Alta Complexidade do SUS durante o estado de emergência.

Em relação ao Rio Grande do Sul, por exemplo, a secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, reforçou que “o Estado já vem tomando providências desde que lançou o Programa Inverno Gaúcho com Saúde, que conta com investimento de R$ 10,1 milhões”, mas que o decreto de emergência “abre também a possibilidade de buscar até R$ 26 milhões junto ao governo federal, em uma medida complementar ao que já estamos fazendo”, como disse em nota.

De acordo com o último boletim InfoGripe, da Fiocruz, que monitora o cenário das SRAGs no Brasil, há um crescimento nos casos especialmente entre as crianças e causados pelo VSR, o vírus da bronquiolite infantil.

Embora não exista vacina infantil para o VSR, as autoridades pedem que a população busque as vacinas da gripe e da covid, para reduzir o impacto nos sistemas de saúde gerados por esses outros vírus respiratórios e poupar leitos para os pequenos com quadros graves da bronquiolite. Ambos os imunizantes estão disponíveis para crianças pequenas no SUS.

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Seis Estados brasileiros, inclusive o Rio Grande do Sul, já decretaram emergência por causa da alta nos registros de síndrome respiratória

O governo do Estado do Rio Grande do Sul determinou situação de emergência em saúde pública em todo o território devido ao avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. O status, válido por 90 dias, pode ser prorrogado, caso seja necessário.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde explica que, com a medida, os hospitais que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) deverão priorizar a disponibilização de leitos clínicos com suporte ventilatório e de UTIs pediátricas para os casos da síndrome.

As SRAGs quadros graves que levam à hospitalização causados por uma série de infecções respiratórias, em sua maioria pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite infantil, pelo Influenza, que provoca a gripe, e pelo Sars-CoV-2, responsável pela covid. Os dois últimos podem ser prevenidos por meio da vacinação.

Crescimento

No RS, até o último dia 10 de junho, foram registrados 2.806 casos de SRAGs em crianças de até 11 anos, 642 deles internados em UTIs. O número de casos é 23% maior que o observado no mesmo período do ano passado (2.279), e 47% mais alto que o de 2021 (1.905). Antes da pandemia, eram cerca de apenas 700 registros nos primeiros cinco meses ano, número três vezes menor que o atual.

Até agora em 2023, ao menos outros cinco Estados brasileiros (Acre, Amapá, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina) também decretaram emergência frente ao avanço das síndromes respiratórias em crianças. O último foi a Paraíba, em 28 de junho. Pouco antes, no dia 24, o Acre voltou a determinar o status de alerta após já ter decretado anteriormente neste ano, em janeiro.

Dois dias antes, Pernambuco anunciou o cenário de emergência. Na época, a secretaria de Saúde do estado informou que havia 49 crianças aguardando um leito de UTI SRAG, e 10 recém-nascidos na fila por uma UTI Neonatal SRAG.

No início de junho, foi Santa Catarina que declarou o estado emergência, quando mais de 97% dos leitos de UTIs infantis estavam ocupados. No meio de maio, o Amapá implementou o alerta após registrar um aumento de 108% no número de SRAGs em comparação com o mesmo período de 2022.

Implicações

O status de emergência em saúde pública é considerado pelos Estados principalmente por diminuir burocracias e permitir uma maior agilidade na compra de equipamentos, contratação de profissionais e abertura de leitos, medidas necessárias frente à alta de casos.

Além disso, a portaria 756 deste ano, do Ministério da Saúde, instituiu de forma excepcional e temporária um incentivo financeiro de custeio para o atendimento de crianças com SRAG na atenção de Média e Alta Complexidade do SUS durante o estado de emergência.

Em relação ao Rio Grande do Sul, por exemplo, a secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, reforçou que “o Estado já vem tomando providências desde que lançou o Programa Inverno Gaúcho com Saúde, que conta com investimento de R$ 10,1 milhões”, mas que o decreto de emergência “abre também a possibilidade de buscar até R$ 26 milhões junto ao governo federal, em uma medida complementar ao que já estamos fazendo”, como disse em nota.

De acordo com o último boletim InfoGripe, da Fiocruz, que monitora o cenário das SRAGs no Brasil, há um crescimento nos casos especialmente entre as crianças e causados pelo VSR, o vírus da bronquiolite infantil.

Embora não exista vacina infantil para o VSR, as autoridades pedem que a população busque as vacinas da gripe e da covid, para reduzir o impacto nos sistemas de saúde gerados por esses outros vírus respiratórios e poupar leitos para os pequenos com quadros graves da bronquiolite. Ambos os imunizantes estão disponíveis para crianças pequenas no SUS.

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