Quarta-feira, 09 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de março de 2022
Confrontos até o início do Mundial estão descartados; calendário da Uefa e pandemia foram empecilhos
Cruzar com europeus no mata-mata virou a grande barreira para o Brasil nas últimas Copas. Em 2006, caiu para a França. Quatro anos depois, para a Holanda. Em 2014, o atropelo para a Alemanha. Por fim, em 2018, a queda para a Bélgica. Por isso, são inevitáveis os questionamentos sobre o quanto a seleção está preparada para enfrentá-los. Nos Mundiais anteriores, foi possível chegar com alguma noção. Desta vez, Tite está no escuro. Chega ao Qatar tendo feito só um jogo com rivais do Velho Continente em todo ciclo: contra a Repúblico Tcheca, que completa hoje três anos.
Fórmula 1:Apesar de ataque à refinaria de petróleo, organização mantém realização de GP da Arábia Saudita
Tite já manifestou sua preocupação com a falta de confrontos com europeus. Em mais de uma vez, suplicou por uma oportunidade de medir forças com adversários do outro lado do Atlântico. Mas ela não deve ser atendida até o Qatar. O calendário de seleções da Uefa praticamente inviabilizou qualquer possibilidade. Os jogos pela Eurocopa (incluindo fase qualificatória) e pela Liga das Nações preencheram as datas Fifa. As poucas que ainda poderiam ser aproveitadas foram perdidas com a prorrogação das Eliminatórias continentais devido à pandemia. Um cenário que deixa a dúvida: o quanto este hiato pesará na preparação?
— Faz muita falta (não jogar contra europeus). Em 1993, 1994, a gente fazia partidas na Europa. Jogava contra Inglaterra, Alemanha… — opina Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção nos Mundiais de 1994 e de 2006. — É um intercâmbio para ver a intensidade, velocidade, as características de seleções que a gente enfrenta na Copa.
IMAGENS DA CARREIRA DE GALVÃO BUENO
1 de 12
Galvão Bueno e Ayrton Senna durante passeio de lancha Foto: Arquivo pessoal
Galvão Bueno e Ayrton Senna durante passeio de lancha Foto: Arquivo pessoal
Galvão Bueno e família, em 2010 Foto: Alexandre Battibugli
Galvão Bueno e família, em 2010 Foto: Alexandre Battibugli
Galvão Bueno e Zagallo no programa Histórias com Galvão Bueno, em 2010 Foto: Divulgação
Galvão Bueno e Zagallo no programa Histórias com Galvão Bueno, em 2010 Foto: Divulgação
Ao lado do narrador Galvão Bueno, Pelé vibra com a conquista do tetracampeonato mundial pelo Brasil. O Rei foi comentarista da TV Globo na Copa de 1994 Foto: Reprodução
Ao lado do narrador Galvão Bueno, Pelé vibra com a conquista do tetracampeonato mundial pelo Brasil. O Rei foi comentarista da TV Globo na Copa de 1994 Foto: Reprodução
Galvão Bueno entre os filhos Popó a esquerda e Cacá Bueno Foto: Carsten Horst/RF1
Galvão Bueno entre os filhos Popó a esquerda e Cacá Bueno Foto: Carsten Horst/RF1
PUBLICIDADE
Galvão e o filho Cacá Bueno, em 1996 Foto: Leo Aversa
Galvão e o filho Cacá Bueno, em 1996 Foto: Leo Aversa
Galvão em evento de apresentração da programaçãoo de 2014 da Rede Globo Foto: Alessandro Shinoda
Galvão em evento de apresentração da programaçãoo de 2014 da Rede Globo Foto: Alessandro Shinoda
Lançamento do Futebol 2.0, com a participação de Galvão Bueno (ao centro), narradores e comentaristas Foto: Fabio Rocha / Agência O Globo
Lançamento do Futebol 2.0, com a participação de Galvão Bueno (ao centro), narradores e comentaristas Foto: Fabio Rocha / Agência O Globo
Galvão Bueno assina coluna no restaurante Fiorentina Foto: Divulgação/Rejane Guerra
Galvão Bueno assina coluna no restaurante Fiorentina Foto: Divulgação/Rejane Guerra
Bons amigos. Galvão Bueno e Ronaldo na cabine de imprensa do Maracanã, onde o Fenômeno estreou como comentarista Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda
Bons amigos. Galvão Bueno e Ronaldo na cabine de imprensa do Maracanã, onde o Fenômeno estreou como comentarista Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda
PUBLICIDADE
Galvão Bueno e Leila, em 2004 Foto: Agência O Globo
Galvão Bueno e Leila, em 2004 Foto: Agência O Globo
Galvão Bueno nas gravações do programa 'Na Estrada com Galvão' Foto: Sidney Garambone
Galvão Bueno nas gravações do programa ‘Na Estrada com Galvão’ Foto: Sidney Garambone
A maioria dos jogadores da seleção atua na Europa e está acostumada a jogar contra os atletas que enfrentarão no Qatar. A principal perda é coletiva. O time de Tite ataca como os principais rivais europeus: com cinco homens (às vezes, seis), sendo dois alargando o máximo possível os lados do campo. E, justamente por essa mecânica já ser padrão por lá, as defesas também são mais preparadas para neutralizá-la. Um exemplo disso foi dado esta semana pela surpreendente Macedônia do Norte, que resistiu à pressão da Itália e deixou a atual campeã da Eurocopa fora de sua segunda Copa seguida.
— As seleções da Europa são pensadas para neutralizar as amplitudes dos dois pontas. E também o jogo entre linhas, como as tabelas do Neymar e do Paquetá — analisa Leonardo Miranda, responsável pelo blog Painel Tático, do site GE. — São defesas melhor postadas do que as daqui da América. Seria uma chance para o Tite aprimorar seu estilo de jogo com a bola.
PUBLICIDADE
Galvão Bueno:Rumo à última Copa na TV, narrador fala de sucessor, mulheres na transmissão e ‘mergulho no digital’
Defensivamente, Tite também teria o que melhorar diante dos europeus. Primeiro pelas jogadas de bola parada, com as quais os brasileiros são pouco testados na América do Sul. E, principalmente, pelos contra-ataques rápidos e bem ensaiados, espécie de resposta a equipes que não abrem mão de propor o jogo, como é o caso do Brasil.
— Enfrentar o Peru é diferente de enfrentar a Dinamarca, a Noruega, que tem o Halland, ou Portugal, que é essencialmente um time de contra-ataques. São jogos que poderiam melhorar a organização defensiva do Tite neste momento de recuperar a bola — completa Miranda.
Libertadores 2022:Corinthians cai no grupo do Boca Jrs, e Flamengo e Palmeiras dão sorte em sorteio
Claro que o desafio não é só para Tite. De uma maneira geral, sul-americanos e europeus tiveram poucas oportunidades de se enfrentar depois da Copa da Rússia. Assim como os brasileiros, a Argentina de Messi só fez um jogo: contra a Alemanha, em 2019. O Uruguai pôde fazer dois testes: diante da então recém-campeã do mundo França, em 2018, e da Hungria, um ano depois. Já os equatorianos não tiveram nenhum contato com adversários do Velho Continente.
Como se trata de uma via de mão dupla, os europeus também perdem. Entre as oportunidades desperdiçadas, a de testar suas defesas contra equipes que atuam com meias mais cerebrais, traço comum do futebol sul-americano. Mas este já não é um problema para Tite.