Sábado, 18 de outubro de 2025

Sem Bolsonaro, oposição enfrenta dificuldades para se organizar contra o governo

Os bolsonaristas demonstram dificuldade para estruturar as frentes de atuação contra o governo Lula no Congresso. Uma delas envolve o discurso sobre a autonomia do Banco Central. No grupo do PL da Câmara, na última semana, não houve consenso sobre qual o melhor tom a ser adotado.

Alguns parlamentares se preocupam com a possível imagem de que são contrários à redução de juros. “Não vamos cair na armadilha de dizer que somos contra reduzir juros. Vamos esclarecer que juros são reduzidos com governo sério e que infelizmente não temos”, disse um congressista no grupo de WhatsApp do partido. Membros da sigla consideram que a ausência de Jair Bolsonaro deixou o PL desorganizado.

“A ala conservadora tem que ter protagonismo, e está faltando isso. Precisamos nos acertar. Perdemos essa primeira oportunidade (sobre o debate do BC). A vinda do Bolsonaro também será importante para isso”, disse Capitão Augusto (PL-SP).

Outro assunto que bombou no grupo de WhatsApp do PL nos últimos dias foi a CPMI dos atos antidemocráticos, tema prioritário para os bolsonaristas. Faltam 36 assinaturas na Câmara para o colegiado poder ser criado.

No Senado, um dos focos da oposição, liderada por Rogério Marinho (PLRN), é dificultar a aprovação da Lei das Estatais. Sinal disso foi que Ciro Nogueira (PP-PI) apresentou diversas emendas ao texto. Ciro deve ser o líder da minoria no Senado e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) será o líder da minoria no Congresso.

Situação

No Congresso, o êxito na construção de uma aliança ampla fragilizou a expectativa de oposição forte ao “lulismo”, tanto na Câmara quanto no Senado. Ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Lula conseguiu construir acordos para celeridade na reforma tributária, incluindo mudanças na âncora fiscal; destinação de emendas parlamentares de R$ 13 milhões a deputados eleitos em 2022, que não foram contemplados via orçamento com os recursos; e presidências de comissões cruciais, como a de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Dos 23 partidos da Casa, apenas o Novo pode ser visto oficialmente, no momento, como oposição radical ao governo. Deputados do PL, PP e Republicanos têm falado em oposição responsável. Siglas como Podemos ainda não definiram suas estratégias.

A reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado levou por água abaixo as chances de uma oposição radical na Casa. Constituídos como minoria, PL, PP e Republicanos somam 22 senadores do total de 81.

Os senadores Sérgio Moro (União Brasil-PR), Rogério Marinho (PL-RN), Hamilton Mourão (Republicanos-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF) são alguns dos nomes para se manterem vivas as críticas a Lula, ainda que corram o risco de serem alijados pelas suas próprias legendas.

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