Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 24 de abril de 2025
Sem recursos financeiros para ir a Roma, na Itália, durante todo o papado de Francisco, o sobrinho do pontífice, Mauro Bergoglio, conseguiu viajar para a capital italiana, para dar o último adeus ao seu tio. No entanto isso só aconteceu graças a doações.
Mauro é enfermeiro e vive em Buenos Aires. Na segunda-feira (21), ele afirmou em entrevista ao canal A24 que queria ir ao funeral, mas não tinha condições financeiras. Após o apelo, uma empresária doou as passagens, segundo a imprensa local.
“Eu nunca pedi um favor. Me ofereceram e aceitei porque era a única maneira que eu tinha de me despedir”, disse Mauro, nesta quinta-feira (24), à Rádio Mitre Argentina. Emocionado, ele contou que esta é a primeira vez que visita a capital italiana: “Nunca pude vir a Roma”.
O caso acabou gerando mal-estar na delegação oficial argentina, que será liderada pelo presidente Javier Milei e viajará a Roma na noite desta quinta-feira com outros seis membros do governo. Ninguém da comitiva é da família Bergoglio.
O secretário de Culto do governo argentino, Nahuel Sotelo, que chegou antes da comitiva presidencial, afirmou que ofereceu a viagem ao sobrinho do papa, mas que ele teria rejeitado a oferta. Na verdade, Sotelo estava se referindo a José Bergoglio, outro sobrinho do papa.
“Hoje, quando cheguei em Roma, encontrei alguns jornalistas ansiosos para usar a morte do papa Francisco como uma bandeira política”, acrescentou.
“Minha primeira reação foi ligar para José Bergoglio, sobrinho direto do papa Francisco e filho da única irmã viva do Santo Padre. Em nenhum momento eles cogitaram viajar”, afirmou.
Vanesa Bergoglio, irmã de Mauro, também se manifestou nas redes sociais.
“Somos filhos de Oscar Adrian (Bergoglio), não somos midiáticos, somos trabalhadores. E como a maioria das pessoas, passamos sufoco no fim do mês. Meu irmão queria muito estar lá, é o nosso último tio”, escreveu a jovem em uma rede social, segundo a imprensa argentina.
“Agradeço à mídia por permitir que ele faça essa viagem”, acrescentou. Além de Oscar, os irmãos de Jorge Bergoglio são Alberto Horacio, Marta Regina e María Elena — a única ainda viva.
Além da oferta da agente de viagens, o enfermeiro também recebeu doações por transferência bancária para que pudesse realizar a viagem.
Ele contou que nunca pediu ajuda, mas que após ofertas, compartilhou seus dados bancários para receber transferências por sentir que era “a última oportunidade” para se despedir do tio.
“De fato, em 12 anos, nunca vim”, enfatizou.
A dona da agência de viagens, Rita Mattiello, por sua vez, disse que doou as passagens para o sobrinho do papa por generosidade, mas que acabou sentindo a ação “como um carinho para o santo padre”. Com informações dos portais de notícias CNN Brasil e g1.