Segunda-feira, 08 de setembro de 2025

Sem ministros do Supremo e com o presidente da Câmara dos Deputados na tribuna, Lula participa de desfile do 7 de Setembro em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã deste domingo (7) do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Lula chegou por volta das 9h04 ao local e desfilou em carro aberto ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.

A cerimônia contou com a presença dos chefes das Forças Armadas, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e de ministros do governo, entre eles Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento) e Marina Silva (Meio Ambiente).

Na presença de Hugo Motta, parte do público gritou “sem anistia”, em referência à proposta que está sendo costurada no Congresso para anistiar envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Ministro com boné ‘Brasil Soberano’

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), também esteve presente e chegou a colocar o boné “Brasil Soberano” entregue pelo governo no evento. O ministro é do partido União Brasil, que desembarcou do governo na semana passada.

Sabino tem feito um esforço nos bastidores para tentar se manter no cargo por mais tempo. Ele está sendo pressionado pela cúpula do União Brasil a deixar o ministério depois que o partido antecipou a discussão para o desembarque do governo.

O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), também participou da cerimônia. Ele é outro ministro que integra partido que decidiu deixar a base do governo.

‘Brasil Soberano’

O governo escolheu o mote “Brasil Soberano” para o desfile deste ano, que foi organizado em três eixos:

defesa da soberania nacional;
organização da COP30 e obras do novo PAC;
futuras entregas do governo.
O termo “Brasil Soberano” é o mesmo utilizado nas ações de resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que determinou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro (PL) e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Desde julho, quando Trump anunciou o tarifaço, Lula, ministros e parlamentares apostam no discurso de defesa da soberania do país e nas críticas a Trump.

O julgamento de Bolsonaro começou em 2 de setembro e já foram proferidos o relatório de Alexandre de Moraes, relator do caso, e as defesas dos réus do núcleo crucial, do qual Jair Bolsonaro faz parte.

A partir da terça-feira (9), os ministros da Primeira Turma do STF, que analisam o processo, começarão a apresentar os votos no caso.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.

Discussão sobre anistia

Em paralelo ao julgamento, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.

O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.

Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.

Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.

O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.

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