Sábado, 19 de julho de 2025

“Sempre guardei dólar em casa”: Bolsonaro não declara ter dinheiro em espécie ao Tribunal Superior Eleitoral pelo menos desde 2006

Pelo menos desde 2006 o ex-presidente Jair Bolsonaro não inclui valores em espécie nas declarações de bens obrigatórias feitas ao Tribunal Superior Eleitoral a cada novo pleito. Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal (PF) encontrou US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo na casa do ex-presidente durante uma operação deflagrada após o ministro do STF Alexandre de Moraes impor medidas cautelares a Bolsonaro.

“Eu sempre guardei dólar em casa. Todo dólar lá tem o recibo do Banco do Brasil. O dólar está com recibo do corrente ano, declaro no ano que vem no IR”, explicou o ex-presidente nesta sexta-feira, após colocar a tornozeleira eletrônica.

Em 2006, Bolsonaro, na época filiado ao Partido Progressista, declarou ter R$ 433 mil em bens à Justiça Eleitoral ao disputar reeleição como deputado federal. Entre os bens estavam imóveis, carros e investimentos em renda fixa. Na eleição seguinte, em 2010, o ex-capitão do Exército aumentou o patrimônio para R$ 826 mil. Os bens declarados, no entanto, seguiram sendo casas em locais como Bento Ribeiro, Mambucaba e Brasília, além de carros e investimentos.

Em 2014, a lista de bens declarados por Bolsonaro tem um novo aumento e atinge a casa dos R$ 2 milhões. Nos anos seguintes, ela continua a crescer, chegando a R$ 2.317.554,73 na eleição de 2022. Em nenhuma delas, no entanto, constam declarações de dinheiro vivo.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra Bolsonaro nesta sexta-feira. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou uma série de medidas cautelares a serem cumpridas pelo ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica e vedação ao uso de redes sociais.

Gângster

Em suas redes sociais, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro criticou a operação da Polícia Federal contra seu pai na manhã desta sexta (18). Além de chamar Alexandre de Moraes de “ditador” e “gangster de toga”, o filho do ex-presidente, que está nos EUA, disse que as tarifas impostas por Donald Trump como retaliação ao processo criminal contra Jair Bolsonaro são “ações legítimas”.

Com título “Nota à Imprensa”, o texto de Eduardo Bolsonaro reforça a atuação da família, que busca apoio do governo dos EUA por sanções contra o Brasil, e critica as decisões tomadas por Alexandre de Moraes.

A atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em apoio ao seu filho Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal licenciado, e o risco de que ele deixe o Brasil levaram à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de autorizar uma operação da Polícia Federal (PF) contra ele e determinar o uso de tornozeleira eletrônico.

Bolsonaro relatou ter enviado R$ 2 milhões para Eduardo, que está nos Estados Unidos. O parlamentar licenciado, por sua vez, afirmou que conversou com autoridades americanas antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicar tarifas de 50% aos produtos vendidos pelo Brasil.

O ex-presidente é suspeito de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e ataque à soberania nacional.

Além do uso de tornozeleira, Bolsonaro terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno e está proibido de usar redes sociais, de conversar com diplomatas estrangeiros e de se aproximar de embaixadas.

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