Quinta-feira, 06 de novembro de 2025

Senadores vão aos Estados Unidos com documento que deveria ser entregue na Suíça

Quatro parlamentares brasileiros, integrantes da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, viajaram para os Estados Unidos com o intuito de protocolar uma denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o que classificam de “violação de direitos” dos presos em decorrência dos atos criminosos de 8 de janeiro. No entanto, eles erraram a cidade, o país e o continente. Em vez de Nova York, deveriam ter ido para Genebra, na Suíça.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) — que ficou conhecido pela atuação negacionista na CPI da Covid, embora jamais tenha se admitido bolsonarista — chegou a anunciar a viagem nas redes sociais, por meio de um vídeo. A denúncia, segundo ele, é referente ao que considera uma “violação de direitos” dos presos após os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.

O grupo de parlamentares foi entregar o manifesto ao embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese. Com Girão estavam os também senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES), além do deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS) — todos bolsonaristas e críticos ferozes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O destinatário do documento, que tem cerca de 50 páginas e a assinatura de 52 congressistas, conforme disse Girão no vídeo que divulgou, é o embaixador Sérgio França Danese, chefe do escritório do Brasil na ONU. Mas, quando uma denúncia é peticionada em um órgão multilateral, o correto é ir aonde ele funciona.

Neste caso, como o destinatário é o Comitê de Direitos Humanos da ONU, os parlamentares deveriam ter apresentado o documento em Genebra, na Suíça, onde acontecem as sessões do comitê, segundo advogados e membros do Itamaraty.

Em seu perfil no Twitter, Girão afirmou que a comitiva “cumpriu o procedimento” de dar ciência ao representante do Brasil na ONU. “Não é preciso ir a Genebra para enviar petições ao Comitê de Direitos Humanos; o processo é feito online”, acrescentou.

Documento

Os parlamentares brasileiros que assinaram o documento pediram a soltura dos bolsonaristas presos pelos atos de 8 de janeiro – a maioria já está em liberdade, com tornozeleira eletrônica e uma série de restrições impostas pela Justiça – e exigem que a ONU cobre do governo brasileiro uma indenização por danos morais e materiais, “em valor razoável”, aos detidos, sob alegação de violação dos direitos humanos. No documento, os parlamentares chamam os envolvidos na invasão e depredação de prédios públicos de “presos políticos”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Governo incinerou 36 milhões de vacinas vencidas herdadas de Bolsonaro
Dívidas das empresas em dificuldades já ultrapassam 100 bilhões de reais. Falências aumentaram 36% em comparação com 2022
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play