Quinta-feira, 06 de novembro de 2025

Sequelas da facada de Bolsonaro serão base de pedido de prisão domiciliar ao Supremo

Os riscos para a saúde de Jair Bolsonaro, por conta das complicações decorrentes da facada que ele sofreu em 2018, vão basear o pedido de prisão domiciliar que os advogados do ex-presidente deverão apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima fase do processo da trama golpista. Ao condenar Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, a Corte determinou o cumprimento da pena em regime fechado. Hoje, o ex-presidente, que tem 70 anos, está em prisão domiciliar determinada em outro inquérito do STF.

Cabem agora os embargos declaratórios, em que os réus podem pedir que a Corte esclareça e decida a respeito de detalhes da sentença. É nessa fase que a defesa de Bolsonaro vai pedir que ele fique em casa durante o tempo da prisão. De acordo com aliados do ex-presidente, a grande preocupação dos médicos é que ele possa sofrer alguma aderência no intestino, o que é comum em casos como o dele.

Em abril passado, Bolsonaro foi internado às pressas após passar mal durante um evento no Rio Grande do Norte , em razão dessas aderências, formas de cicatrização exagerada que fazem com que as paredes do intestino grudem uma nas outras ou na parede abdominal e outros órgãos e acabem por obstruí-lo. Foi a sétima cirurgia do ex-presidente após a facada.

A explicação dada pelos médicos à família e aos advogados de Bolsonaro é que, nesses casos, o risco de novas aderências é alto, e quando acontecem a transferência para uma unidade hospitalar tem que ser rápida.

O pedido de prisão domiciliar também deve elencar outras complicações de saúde, como as descritas na semana passada em uma postagem por um dos filhos do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).

Na mensagem, ele escreveu que o pai está com a saúde “cada vez mais debilitada”, “não está bem, mas resiste, mesmo enfrentando soluços e refluxos constantes” e “depende de medicações indispensáveis e extremamente controladas a cada hora para tentar manter sua saúde”.

Os advogados de Bolsonaro alegam que sua situação de saúde é mais grave do que a de Fernando Collor, ex-presidente preso após a condenação em definitivo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo da Lava-Jato, que teve a prisão domiciliar autorizada por Alexandre de Moraes. O ministro acatou o pedido para que Collor ficasse preso em seu apartamento em Maceió em razão de ele sofrer de Mal de Parkinson e apneia do sono.

Caso Bolsonaro tenha que ir para uma unidade prisional, há três opções à disposição do Supremo – todas em Brasília, onde Bolsonaro mora hoje.

Uma é a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital federal, local que já foi escolhido pela cúpula da PF e está pronto para ser ocupado.

Outra opção é o Batalhão de Polícia Militar em Brasília, onde o ex-ministro da Justiça Anderson Torres passou cinco meses entre janeiro e maio de 2023, após ter tido a prisão preventiva decretada por Moraes.

Uma terceira possibilidade seria uma unidade militar – que, segundo a equipe da coluna apurou, ficaria próxima a um hospital que poderia atendê-lo rapidamente em caso de complicações de saúde. Isso porque, como capitão da reserva, ele tem direito a cumprir pena em uma instalação do Exército. Mas esse cenário tem sido rejeitado pela cúpula da Força. Com informações do portal O Globo.

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