Sábado, 02 de agosto de 2025

Setor hoteleiro de Belém reage a pressão por mudança de local de realização da Conferência do Clima

O setor hoteleiro de Belém (PA) reagiu às críticas relativas aos preços das hospedagens no período da COP30, que deve ser realizada em novembro deste ano, e às pressões para que a conferência do clima ocorra em outro lugar. Eduardo Boullosa, presidente do sindicato que representa a categoria na capital paraense e em Ananindeua, classificou a situação como “sacanagem” e afirmou ter firmado compromisso por tarifas mais baratas para as delegações de países em desenvolvimento.

Na quinta-feira (31), o presidente do evento climático, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que “diversos países” relataram preocupação com “a questão do preço dos hotéis” e pediram que o evento não aconteça no local.

“Estão querendo tirar a todo custo a COP de Belém, o que não é a primeira vez”, disse Boullosa. “Pegaram a COP30 como boi de piranha. Isso é uma sacanagem que estão fazendo com o Brasil e com o Estado do Pará. Estamos todos (governo do Estado e setor hoteleiro) de mãos dadas com o mesmo objetivo. A presidência da COP quer acabar com o Brasil, puxando a toalha da mesa”, acrescentou.

Dono de um hotel de quase 200 apartamentos, Boullosa afirmou que tem “compromisso com tarifas de 100 a 300 dólares para países em desenvolvimento”.

Na véspera, Corrêa do Lago mencionou uma “uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”.

Tony Santiago, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-PA), disse que “o embaixador em questão está mal informado”. De acordo com o empresário, a entidade foi demandada no início de junho para que providenciasse 500 apartamentos com tarifas entre 100 e 300 dólares. Essas unidades seriam destinadas ao países “menos favorecidos economicamente”.

“Acho que muita gente não sabe que fizemos o que nos foi solicitado”, afirmou Santiago. “Há uma inversão de fatos. Quem deve ser cobrada por hospedagem é a Secretaria da COP30, que até hoje não conseguiu botar no ar a plataforma de hospedagem que prometeu no início do ano. É isso que está tumultuando todo o processo”, finalizou.

Diárias

Corrêa do Lago afirmou que há um esforço do governo federal, coordenado pela Casa Civil, para convencer o setor hoteleiro a baixar os valores das diárias. A declaração ocorreu durante um evento com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), promovido pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE).

“Tornou-se público que diversos países do grupo que faz parte da administração da convenção (veem) a questão do preço dos hotéis como uma preocupação. Representantes de regiões pediram para tirar a COP de Belém. Isso aconteceu em uma reunião anteontem”, disse Corrêa do Lago. “Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando.”

Plataforma

O governo federal disponibilizou nesta sexta-feira, 1º, a plataforma oficial de hospedagem para a COP-30, que será realizada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro.

O servidor chegou a ficar sobrecarregado em alguns momentos do dia, formando uma fila de acessos.

O site foi lançado com 2.700 leitos em hotéis, casas e apartamentos privados a preços variados. Segundo a Secretaria Extraordinária da COP-30, novos apartamentos serão adicionados diariamente à medida que forem incluídos pelas agências.

Cabines em dois navios de cruzeiro que ficarão atracados no Porto de Outeiro, a 20 quilômetros do local do evento, irão adicionar até 6 mil leitos à oferta. (Com informações do jornal O Globo e do jornal O Estado de S. Paulo)

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