Quarta-feira, 30 de julho de 2025

Silêncio dos ministros Mendonça, Fux e Nunes Marques sobre revogação de vistos de colegas gera mal-estar no Supremo

O silêncio dos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que não tiveram seus vistos para os Estados Unidos revogados pelo governo de Donald Trump tem causado incômodo e desconforto dentro da própria Corte. André Mendonça, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques foram poupados da medida anunciada por Marco Rubio, secretário de Estado da gestão Trump, e não se manifestaram publicamente nem em caráter privado, o que foi considerado “constrangedor” por colegas de tribunal.

A decisão do governo americano, comunicada em 18 de julho, incluiu a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, “de seus aliados e de seus familiares imediatos”, após medidas judiciais brasileiras que atingiram diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a imposição de uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo apuração da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, ministros afetados pela sanção relataram que não houve qualquer gesto de solidariedade, mesmo reservado, por parte dos colegas Mendonça, Fux e Nunes Marques. A exceção teria sido uma conversa pontual de Luiz Fux com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

“O silêncio é eloquente. Quando oito de 11 ministros de uma corte sofrem sanções e os únicos três que não estão entre os punidos não se manifestam, há um cenário de total constrangimento”, afirmou um magistrado ouvido pela coluna.

Outro ministro declarou que o tribunal está sendo punido por “defender a soberania do Judiciário e do próprio país”. De acordo com esse integrante, estar fora do grupo de magistrados punidos é considerado “desmoralizante” diante da atual conjuntura. Ainda assim, a orientação interna é de evitar que divergências internas venham a público e de manter a coesão institucional.

“Cada um vai ter seu papel gravado na história. O foco agora é manter a unidade”, afirmou outro membro do STF.

Nos bastidores, ministros reforçam a importância de preservar o espírito de corpo em meio ao ataque externo à instituição. Embora o mal-estar seja perceptível entre os integrantes da Corte, a determinação é de preservar a imagem de unidade do STF em um momento considerado sensível.

Com a tensão gerada pela revogação dos vistos e a falta de reação dos ministros não afetados pela medida, o tema permanece como assunto delicado entre os magistrados. O episódio é visto internamente como um teste à coesão do tribunal diante de pressões internacionais e ataques políticos ao Judiciário. (Com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo)

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