Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Sinal misterioso do centro da Via Láctea pode revolucionar astrofísica

Praticamente cem anos atrás, cientistas propuseram a ideia de que uma substância misteriosa e invisível – que eles chamaram de matéria escura – se aglomera em volta das galáxias, formando uma teia cósmica através do Universo.

De que é feita a matéria escura e até mesmo se ela, de fato, existe, são questões que seguem em aberto, mas, segundo novo estudo publicado esta semana, a ciência pode ter se deparado com a primeira evidência da substância.

O novo trabalho indica que um sinal incomum vindo da região central da nossa Via Láctea pode ser o primeiro registro direto da matéria escura, o componente invisível que responde por cerca de 85% da massa do Universo.

Mais estudos ainda são necessários para excluir outras hipóteses, mas, se for verdade, a descoberta será encarada como ponto de virada em décadas de busca por uma substância invisível que compõe até 85% do Cosmos.

“Esta pode ser uma descoberta crucial para revelar a natureza da matéria escura”, afirmou o professor Tomonori Totani, astrofísico da Universidade de Tóquio. Segundo Totani, raios gamas do centro da Via Láctea aparentemente trazem a assinatura da misteriosa substância.

A matéria escura foi originalmente descrita em 1930, quando o astrônomo suíço Fritz Zwicky percebeu que galáxias distantes pareciam estar girando mais rapidamente do que a sua massa permitiria.

As observações levaram à ideia da matéria escura, uma substância que não emite nem absorve luz, mas que exerce força gravitacional nas galáxias que circunda.

Desde então, cientistas vêm buscando por partículas de matéria escura. Até agora, no entanto, detectores na Terra, telescópios espaciais e grandes equipamentos como o Grande Colisor de Partículas Hadron, em Genebra, falharam na detecção.

Para buscar por potenciais sinais de matéria escura, Totoni analisou dados do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama, da Agência Espacial Americana (Nasa), capaz de detectar fótons no espectro eletromagnético. O pesquisador identificou um padrão de raios gama vindos do coração da nossa galáxia que coincide com o suposto formato da matéria escura.

O sinal “praticamente coincide com as propriedades de radiação de raios gama supostamente emitidos pela matéria escura”, afirmou Totani em entrevista ao jornal britânico The Guardian. Os detalhes do trabalho foram publicados na Journal of Cosmology and Astroparicle Physics.

Se Totani estiver correto, as observações sugerem que a matéria escura seria feita de partículas elementares 500 vezes mais maciças que o próton. Novos estudos, porém, são ainda necessários para excluir outros processos astrofísicos que poderiam explicar os sinais.

(Com informações do O Estado de S.Paulo)

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