Domingo, 03 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de junho de 2025
A popularização do skincare entre crianças e pré-adolescentes tem gerado debate nas redes sociais, impulsionada pelo sucesso de mini influencers com idades entre 5 e 6 anos, que compartilham tutoriais de beleza com milhares de visualizações. Segundo a dermatologista Juliana Piquet, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro, a pele nessa faixa etária é mais sensível e permeável, aumentando a possibilidade de absorção de substâncias potencialmente nocivas presentes em cosméticos.
Ingredientes como metais pesados, parabenos, ftalatos e conservantes como metilisotiazolinona podem provocar efeitos adversos, incluindo citotoxicidade e reações alérgicas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libera o uso de maquiagens infantis a partir dos 3 anos, desde que sob supervisão de um adulto. Contudo, o uso precoce desses produtos pode influenciar negativamente a autoimagem e a percepção corporal, principalmente diante dos padrões de beleza irreais difundidos pelas redes sociais.
“Esse cenário pode favorecer o desenvolvimento de distúrbios relacionados à imagem corporal e afetar a autoestima dos jovens. É fundamental escolher produtos para cuidados da pele e maquiagem que atendam não só aos critérios de segurança dermatológica, mas também aos aspectos psicológicos”, alerta a especialista ao jornal O Globo.
Juliana destaca que ativos como formaldeído, parabenos, ftalatos e metilisotiazolinona devem ser evitados devido ao potencial de causar alergias e outros efeitos prejudiciais. “Fragrâncias presentes em muitos cosméticos também estão frequentemente associadas à dermatite de contato alérgica”, destaca.
Sobre a idade ideal para iniciar o uso de cosméticos, a médica explica que não há um consenso universal. “No entanto, recomenda-se adiar o uso de maquiagem e ativos como a vitamina C até que a pele esteja mais madura e menos suscetível a irritações, já que a exposição precoce pode aumentar o risco de sensibilização e alergias”, pontua.
Por fim, produtos hipoalergênicos podem reduzir a chance de reações adversas, mas não eliminam completamente esse risco.