Segunda-feira, 03 de novembro de 2025

Sobrepeso em pets pode ser sinal de alerta para doenças metabólicas

Um cachorro ou gato gordinho pode até parecer engraçado em memes da internet, mas na vida real o sobrepeso pode gerar ou ser sinal de alerta para doenças metabólicas ou endocrinológicas, que exigem a atenção dos tutores.

O ganho de peso nos animais não se dá de forma súbita e, às vezes, pode ser difícil para os donos observar essa mudança que ocorre ao longo do tempo. A especialista em endocrinologia do Complexo Médico Veterinário da UniRitter, Priscilla Deliachi, orienta como identificar se seu bichinho está acima do peso.

“É diferente quando um animal é mais robusto por característica própria ou da raça. O tutor vai sentir sinais de gordura ao apalpar o animal obeso, especialmente na barriguinha. Ele perde o formato da cintura, tem o abaulamento da barriga, começa a ter dificuldades de subir em locais onde acessava facilmente, como a cama ou o sofá. Outro sinal é a intolerância a exercícios, pois pode deixá-lo mais ofegante ou com dores articulares. Alguns tutores relatam ronco, especialmente em cachorros”, pontua a médica veterinária.

Um animal obeso pode ser resultado de uma doença metabólica ou endocrinológica prévia – ou ser um sinal de risco para seu desenvolvimento. Por isso, a visita regular ao veterinário é fundamental para identificar as causas e efeitos do sobrepeso. “Os principais riscos da obesidade são diabetes, hipercorticismo (Síndrome de Cushing), hipertireoidismo, alterações ortopédicas e manifestações cardiovasculares e dermatológicas. Mas ela também pode ser indicação de que já há uma doença instalada”, explica Priscilla.

O pet está gordinho? Saiba o que fazer

A primeira coisa a fazer é procurar um médico veterinário, de preferência especializado em endocrinologia, para começar uma investigação. O profissional poderá apontar se é um caso de obesidade primária, para o qual bastam mudanças de hábitos alimentares e de exercícios, ou se é decorrência de uma doença prévia.

“Alguns sinais clínicos já indicam que há alteração hormonal: por exemplo, se o animal não come muito, e mesmo assim está engordando, podendo ser hipertireoidismo. Em outros casos, serão necessários exames para confirmar. Por isso, é importante nunca fazer uma dieta para o animal sem orientação do especialista”, adverte a veterinária.

Segundo Priscilla, alguns hábitos comuns nos lares brasileiros contribuem com o sobrepeso dos pets. “A gente observa a associação de petisco e afeto. Muitos tutores não conseguem comer sem dar um pouco para o animal. Dividir e dar sobras de alimentos preparados para humanos é um erro, pois o modo de preparo não é adequado aos bichinhos”, alerta.

Para quem quer evitar produtos industrializados, verduras e legumes cozidos e frutas podem ser boas opções de petiscos. Mas a dieta deve ser orientada por um veterinário nutrólogo, que vai indicar os modos de preparo e quantidades ideais para cada pet. Aliás, consultas regulares ao médico veterinário podem ajudar a identificar mais cedo problemas de sobrepeso. Priscilla sugere visitas anuais para cachorros e gatos de até 7 anos, semestrais até os 10 anos e, a partir desta idade, trimestrais.

Como romper com a intolerância a exercícios?

Não comece uma rotina de exercícios físicos para um animal obeso antes de ele perder algum peso. Assim como nos humanos, é preciso avaliar se o paciente não está ou tem risco de desenvolver lesões ortopédicas. Em alguns casos, pode ser recomendado reforço muscular por meio da fisioterapia.

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